terça-feira, 30 de novembro de 2021

Quem acredita sempre alcança

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Somos muito mais encorajados a crer na faceta do Deus que faz, do que na faceta do Deus que espera, nutrimos a ideia de que o melhor atendimento é sempre o imediato, queremos que Deus faça já,
o que tem de ser feito, esperar nunca soa como uma boa resposta para nós.
Na carta Aos Romanos percebemos uma relação entre a paciência e onipotência divina, onde Deus, apesar de ser onipotente, também é paciente,
isto mostra que deter todo poder,
não significa ter que fazer, e muito menos imediatamente, definitivamente, Deus não está preocupado em agir rapidamente, para demonstrar o quanto é poderoso, esperar também é uma ação praticada por Deus.
Imagina Deus esperando algo acontecer.
Ele esperou Jesus ser gerado no ventre de Maria, esperou que ele pudesse sair pregando as boas-novas do reino de Deus, esperou que ele surpreendesse a muitos com manifestações milagrosas, nunca antes vistas, até que chegasse à cruz, e então, Jesus pudesse dizer "Está consumado", para recebê-lo no mais alto e sublime trono, se Deus quisesse, poder não lhe faltaria para fazer tudo em um estalar de dedos.
Mas Ele determina o que há de ser,
e aguarda o tempo daquilo que precisa de tempo para que seja, ainda que ele mesmo trabalhe para que isso aconteça, Deus sendo eterno não deixou de ser paciente, mesmo não dependendo do tempo, e podendo subjugá-lo e utilizá-lo como queira.
Quem nunca se beneficiou da paciência divina?.
Se não fosse esta paciência, que se dispõe a esperar até que entendamos que esperar faz parte de muitos processos, para que a excelência da obra não seja comprometida, esta mesma paciência comporta o tempo para o nosso arrependimento, aprendizado entre tantas outras aplicações.
Pense em uma gravidez, por melhor que seja ter um filho nos braços, adiantar o processo causaria um aborto, por isso o tempo de gestação precisa ser respeitado, bem como em tudo na vida,
a pouca paciência ou, a falta dela, pode pôr tudo a perder, mesmo o que é bom, estando fora do seu tempo, pode ser muito ruim.
O que fazer enquanto se espera?.
Como não se desesperar na espera?.
Há uma consolação baseada naquele que é a palavra, o verbo vivo, Cristo, receber sua palavra e guardá-la é encontrar consolação.
Nem sempre as respostas consolam,
as vezes pode nos deixar ainda mais ansiosos, ou até decepcionados, e tristes, sendo então a melhor atitude, esperar, mas vale enfatizar que esta espera deve ser à luz da bíblia, buscando nela a tração necessária para chegarmos ao momento da manifestação do poder de Deus, segundo sua sabedoria.
A junção de paciência e consolação das escrituras, resultam em esperança, tem esperança quem tem paciência, espera serenamente quem encontra a consolação das escrituras.
O desespero por sua vez, é a ausência da esperança, trocando em miúdos,
o desespero aponta falhas na paciência
ou na busca pela consolação das escrituras, estas duas coisas precisam andar juntas, é impossível que uma balança aponte equilibrio, se uma de suas bandejas estiver faltando, então, até que Deus se manifeste em nossa causa, nos ocupemos em buscar a paciência e a consolação das escrituras, de modo que jamais nos falte esperança.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Os propósitos se atraem

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A relação amorosa é como uma dança.
A primeira coisa a ser considerada quando se começa a dançar é a música.
Os passos precisam estar no compasso do ritmo. 
Assim é o relacionamento a dois: tem que ser na mesma trilha sonora.
Isto é, ambos precisam estar sentimentalmente sintonizados.
Só que não basta dançar a mesma música, é preciso acompanhar os passos do amor.
Acompanhar os passos do amor é entender que o amor é um gerúndio. 
Ele não é um instante, exige uma ação constante para não perder o outro de vista.
Aliás, não perder o outro de vista é também uma qualidade importante durante uma dança.
É preciso saber administrar o espaço.
Quando um dá um passo à frente,
o outro dá um passo atrás,
num indo e vindo infinito. 
Dançar também é a arte de promover o encontro.
Não apenas o encontro de corpos,
mas também de almas,
de sentimento,
de propósito.
Para isso, o salão precisa ter alguma luz. 
Se as luzes estiverem todas apagadas,
os dançarinos correm o risco de se colidirem.
O amor é o holofote que ilumina o salão da vida, promovendo encontros,
e não colisões.
Tenham Fé neste amor!.
A Fé no amor gera fidelidade.
É isso que fará vocês promoverem o encontro de propósito.
Pois, os propósitos se atraem!.
Não são os opostos, são os dispostos a viver os propósitos com compromisso no dia a dia.
Amar é entender o tempo do outro.
É quando preciso fazer-se de inverno no verão e de verão no inverno.
Refrescar no calor e aquecer no frio.
É sendo subversivo que o amor mantém tudo vivo.

domingo, 28 de novembro de 2021

Vale tudo

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Vale Mariana,
Vale Brumadinho,
Vale 300 corpos
sob a lama,
Vale a chama
na floresta,
Vale a indenização não paga,
Vale a lama cruzando a estrada,
Vale o garimpo no Madeira,
Vale uma comunidade inteira
sob a lama da Vale.
"Privatiza que melhora".
E a Vale é privatizada. 
A morte é privatizada.
Os garimpos são particulares.
O Brasil sob os olhares
assustados do mundo.
O imundo.
O vagabundo.
O submundo.
A farsa.
A balsa,
o mercúrio,
a morte no rio:
na água, 
no peixe.
O deputado arregado, 
o vereador, 
o prefeito,
o governador,
o senador,
o juiz,
o procurador,
o desembargador,
o padre,
o pastor,
o presidente,
a autoridade ambiental.
O mal estabelecido aqui.
O garimpeiro
que é caçador de javali:
60 armas
para armar uma milícia.
A Polícia Federal
e a Marinha
a serviço do crime,
por omissão
ou por proteção 
ao criminoso, 
que descaradamente
avisa, de novo, 
sobre uma suposta operação.
Padrão militar.
"Vale tudo,
Vale o que quiser,
Só não vale mexer com os grandes,
não vale mexer com ricos.
Com os menos favorecidos vale tudo, triste a vida desses não VALER nada.

 

sábado, 27 de novembro de 2021

Poema sobre os demônios do Brasil

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Quando os europeus desembarcaram nas Américas, trouxeram na bagagem os seus próprios demônios e não apenas doenças para as quais os nativos não tinham imunidade.
Não são demônios os que vieram com os escravos em seus cultos animistas,
nem os que eram cultuados pelos povos originários.
Os demônios vieram com os que devastaram as civilizações que aqui já estavam, pilhando impérios, aproveitando-se da ingenuidade dos que os consideravam deuses.
Os demônios que aportaram aqui tinham pele alva, sotaque ibérico e costumes estranhos.
Outros demônios chegaram à Índia com os ingleses, na África do Sul com os holandeses, e em tantas outras terras com aqueles que pretendiam conquistá-las e reivindicá-las às coroas que representavam.
Tais castas demoníacas se manifestam nos explorados, mas atuam através dos exploradores.
Não habitam apenas corpos, mas estruturais sociais.
No Brasil atual, eles não estão nas favelas, mas nos palácios, nos condomínios de luxo e em suntuosas catedrais.
Não são como as legiões romanas,
mas se organizam em quadrilhas que assaltam o erário público, que exploram os fiéis com promessas mentirosas,
que promovem o ódio, o preconceito e a intolerância contra a população, as minorias étnicas e os fiéis de religiões de matriz africana, que desqualificam a luta feminista, que desdém dos direitos da classe trabalhadora, que espalham fake news, que tratam seus rebanhos como currais eleitorais, que endossam políticas negacionistas e genocidas em nome da fé, etc.
Aqui seu nome não é legião, é religião.
Não me refiro à religião em seu sentido lato, que provê a religação entre os seres humanos, independentemente de distinções étnicas, sexistas, confessionais ou sociais, fazendo com que nos preocupemos em cuidar dos mais vulneráveis representados pelos órfãos e viúvas.
Refiro-me à religião como instrumento que visa legitimar o poder e os interesses de quem lucra com a exploração.
Portanto, em vez de religião, deveria ser chamada de reLEGIÃO.
Trata-se, portanto, do que o livro de Apocalipse chama de “Grande Babilônia “ que tornou-se morada de todo tipo de demônios.
Os demônios descem do Norte, especialmente do Sul do Norte,
se instalam no Oeste e se espalham.
Depois se juntam numa legião e ocupam Brasília, e governam.
São estes demônios que precisam ser exorcizados do cenário político brasileiro para que finalmente alcancemos a tão sonhada justiça social, tornando-nos, assim, um dos protagonistas na construção da civilização do amor.

Poema sobre o dia de ações de graça

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Neste Dia de Ação de Graças, sejamos gratos em tudo, mas não por tudo.
Há uma diferença enorme entre uma coisa e outra.
Em qualquer circunstância, sejamos gratos nem que seja pelo simples fato de estarmos vivos.
Entretanto, não somos orientados a darmos graças por tudo, como se tudo devesse ser creditado a Deus, inclusive as consequências de nossas próprias escolhas.
Por exemplo: que sentido teria agradecer a Deus por uma tragédia como a pandemia que já ceifou a vida de milhões de pessoas no mundo?.
Seria Ele o responsável por isso?.
E que tal agradecermos a Deus por havermos sobrevivido ao COVID-19, enquanto tantos morreram?.
Isso lhe parece razoável?.
Pois a mim, não.
Eu não disse anteriormente que deveríamos agradecer EM TUDO,
em qualquer circunstância, nem que fosse pelo simples fato de estarmos vivos?.
Mas não quando esta gratidão brota da comparação entre o que nos ocorreu e o que ocorreu a outros.
Não me sinto à vontade para agradecer por ter sido poupado enquanto milhões tiveram suas vidas ceifadas.
Assim como não me sinto à vontade para agradecer por nada que eu tenha conquistado em comparação a quem não teve a mesma sorte que eu.
Tampouco deveria agradecer por possuir virtudes que meu próximo aparentemente não tem.
Foi isso que fez um dos personagens de uma parábola contada por Jesus.
Dois homens subiram ao templo para orar, um religioso fariseu e um publicano odiado pelos judeus por ser aliado de Roma.
"O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!"
Na conclusão da parábola, Jesus afirma que o publicano penitente desceu justificado para sua casa, e não o fariseu "agradecido"; "porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado"
À luz deste texto, não me atrevo a agradecer a Deus por ser melhor do que ninguém, nem por ter tido sorte diferente ou por qualquer outra razão que brote da comparação entre mim e o meu próximo. Se mil caíram ao meu lado e dez mil à minha direita, sem que eu tenha sido atingido, agradecerei a Deus pela oportunidade de poder ajudá-los a se levantar.
Se Ele me preparou um banquete na presença dos meus inimigos, agradecerei a Deus o privilégio de poder repartir com eles o meu pão.
Assim, minha gratidão brotará do amor a Deus e ao meu próximo e não da comparação entre mim e quem quer que seja, tampouco da presunção de ser melhor ou estar em situação mais favorável que o meu semelhante.
A todos, um feliz Dia de Ações de Graça.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Geração do ansiolítico

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O sofrimento é como o pilão do ourives que amassa o ouro no crisol para que as impurezas sejam depuradas, ajuda a nos tornarmos seres humanos melhores, ensina-nos sobre a paciência,
o quebrantamento, faz-nos mais humildes.
A verdade é que crescer dói, amadurecer tem um custo de alma, deixar a infância e a adolescência para adentrar na vida adulta é um salto enorme para qualquer um, mas é totalmente necessário.
Tenho acompanhado os dramas mais comuns da minha geração, ouço as pessoas e partilho de muitas de suas dores e dramas, assusta-me,
contudo, o fato de que cada vez mais elas fogem da dor, evitam o sofrimento, criam atalhos para andar apenas por vias asfaltadas e seguras, desviam de tudo que for acidentado e arenoso.
Somos a geração do ansiolítico, vivemos na sociedade da pílula, precisamos desesperadamente desses amortecedores que atenuam a crueza dos dias, que tornam a existência suportável.
Na verdade, a realidade tem se tornado tão dura que ninguém quer encará-la,
é melhor andar anestesiado do que sóbrio e de cara pro vento.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Hosana das crianças

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Jesus se aproxima de Jerusalém.
As pessoas O recebem com “ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro,
e clamavam: Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor.”
Chamo atenção para os ramos.
O preço que um ramo paga por sair da árvore é a morte.
Aqueles ramos que serviam de sinalizadores de boas-vindas,
eram uma evidência de morte. 
Para surpresa de todos, Jesus não dá a mínima para aquele oba – oba, para aquela expressão de alegria, felicidade.
Ao invés de entrar no clima de festa,
Ele prefere se dirigir ao templo,
a fim de denunciar a exploração religiosa.
Chegando lá, “os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei viram as coisas maravilhosas que Jesus fazia e as crianças gritando no templo: "Hosana ao Filho de Davi", ficaram indignados,
e lhe perguntaram: "Não estás ouvindo o que estas crianças estão dizendo?. "Respondeu Jesus: "Sim, vocês nunca leram: ‘dos lábios das crianças e dos recém-nascidos suscitaste louvor’?".
Repare: assim como na entrada de Jerusalém a multidão gritava “Hosana”, ao chegar no templo Jesus é recebido por crianças que também gritavam: "Hosana." 
O “Hosana” da multidão não chamou a atenção de Jesus, mas o "Hosana" das crianças conseguiu tocar o Seu coração. 
O “Hosana” das crianças é sem ramos!
É fruto da naturalidade e não da superficialidade! 
O “Hosana" da multidão é uma evidência da nossa independência de Deus.
É estribado em performances e na vaidade. 
O "Hosana" das crianças é uma evidência da nossa dependência.
É estribado na Graça, no Descanso e na Simplicidade.
É preciso resgatar a simplicidade da vida, abandonar os rótulos e as performances das pirotecnias religiosas que só visam chamar atenção e alimentar nosso ego. 
A Graça ensina a abandonar as coisas de menino sem deixar de ser criança
Menino gosta de aparecer, criança gosta de ser.
Os Hosanas das crianças a pureza existe, a sinceridade fica nítida e o amor ainda resistir as iniquidades trazida pelo esfriamento da vida.
A pureza dos Hosanas das crianças a vida é bonita e é bonita.
E e por isso, que o Evangelho ensina que maturidade é abandonar as coisas de menino, sem deixar de ser criança. 


terça-feira, 23 de novembro de 2021

Poema sobre o sucesso

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Hoje eu entrei em uma livraria e encontrei nas prateleiras de livros inúmeros títulos sobre sucesso.
"Como alcançar sucesso",
"Sucesso não é acidente",
"Sucesso é ser feliz",
"Sucesso não acontece por acaso",
"7 passos para o Sucesso",
são alguns dos títulos disponíveis.
A maioria oferece um tipo de receita de bolo, com passos e ingredientes necessários para se obter sucesso.
O problema não está na receita em si, mas na definição de sucesso.
O que é "sucesso", afinal?.
Na ótica do mundo, sucesso pode ser considerado êxito profissional,
aquisição de bens de consumo, realização conjugal, etc.
O que seria "sucesso" na ótica divina?.
Qual seria o aferidor usado por Deus para medir nosso sucesso?.
Será que Ele se impressionaria com nossas realizações?.
Poderíamos mensurar o sucesso de alguém pelo carro que dirige?.
No entanto, o carro zero de hoje, será a lata-velha de amanhã.
Não é em vão que se diz que o sucesso é efêmero, fugaz.
Se nossa definição de sucesso se ativer à aquisição de bens, ou mesmo à fama, então tal ditado deve ser confirmado.
A celebridade de hoje, poderá cair no esquecimento amanhã.
O Retiro dos Artistas está cheio de exemplos disso.
Gente que foi sucesso um dia,
e hoje está abandonada até pela família.
Não fosse o belíssimo trabalho realizado por aquela instituição, muitos estariam, não apenas fadados ao esquecimento da população, mas entregues à miséria.
Haveria, então, um sucesso que não fosse passageiro?.
Como poderíamos definir "sucesso"?.
Como Deus mediria nosso sucesso?.
Qual o critério pelo qual alguém é considerado bem-sucedido para Deus?.
Para o mundo, o sucesso é medido por aquilo que conseguimos amealhar,
pelas riquezas que concentramos em nossas mãos.
Para Deus, o sucesso é medido por aquilo que conseguimos distribuir, fazendo com que ações de graça pela nossa vida cheguem constantemente a Ele.
Pouco importa para Deus a marca do carro que dirigimos.
O que importa são as pessoas a quem oferecemos carona,
ou a quem socorremos em nosso veículo.
O que importa não é quantos cômodos há em nossa casa, e sim quantas pessoas temos hospedado nela.
Não importa a grife de nossas roupas, mas aqueles a quem agasalhamos.
Não há oração mais eficaz do que aquela regada de ações de graça.
Quantas pessoas têm se dirigido a Deus em ações de graça pela sua vida?.
Para quantos sua vida representa um dom dos céus?.
A tradição protestante não admite que se faça oração por aqueles que já morreram.
Mas nada nos impede de continuar agradecendo a Deus por alguém que já partiu deste mundo.
Quando leio um bom livro de um autor que viveu séculos atrás, eu louvo a Deus por sua vida, e pelo legado que ele deixou.
Em vez de ficarmos rogando que os irmãos sempre orem por nós, que tal se nos tornarmos motivos de gratidão da parte deles para com Deus?.
Não será preciso pedir.
Eles mesmos, espontaneamente, se lembrarão de nós quando estiverem ante o trono da graça, e agradecerão por nossas vidas.
Que se multiplique o número de ações de graça pela sua vida!.
E quanto mais formos bênção na vida de outros, mais o Senhor terá prazer em manifestar em e através de nós as Suas bênçãos.
Antes de esperar que outros agradeçam a Deus por sua vida, pare um pouco para pensar, e lembre-se daqueles que têm sido bênçãos em sua vida.
Que no DIA DE AÇÕES DE GRAÇA que se avizinha, sejamos motivos de gratidão,
e jamais nos esqueçamos de agradecer a Deus pelos que nos servem de canal de suas bênçãos e provisão.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Poema sobre o catálogo de erros

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Ter esperança nada mais é do que seguir confiante de que o melhor, eventualmente, se sucederá.
Todavia, há desfechos pelos quais jamais ousaríamos ansiar.
Nem tudo nessa vida é preto no branco.
Há vitórias que são verdadeiros fracassos. 
Esta resposta merece que nos debrucemos um pouco mais sobre ela.
Engana-se quem pensa que todos têm um preço.
Entre as massas facilmente manipuláveis, sempre encontraremos quem tenha valor e jamais permita que sua alma seja etiquetada.
Infelizmente temos que admitir que não são muitos.
Há que se garimpa-los.
Geralmente, estão entre os anônimos, entre os que não venderam suas almas em busca de fama e reconhecimento.
Há quem pense fazer o bem, enquanto faz o mal.
Há quem destile ódio em nome de um amor não correspondido.
Há quem seja movido por vingança, alegando agir por justiça.
Há quem viva uma mentira alegando ser em defesa da verdade.
De fato, só precisamos de uma boa justificativa para sermos cruéis.
E assim, sacrificamos nossa fidelidade no altar da lealdade.
A lealdade visa preservar o interesse do outro, desde que este não se esbarre com o nosso.
A fidelidade leva mais em conta o desejo, a vontade expressada, do que meramente o suposto interesse.
Não basta estar do lado certo da história, defendendo o belo, o justo e o bom.
Nem é suficiente ser zeloso do bem de que adianta fazer o bem sem ser bom?.
De que vale uma generosidade cruel?.
De que vale fazer justiça com as próprias mãos, sem ser realmente justo, ser honesto, sem ser íntegro, ser verdadeiro, sem ser sincero?.
É preciso nos retocar quantas vezes for, é preciso nos revestir aplicando uma nova superfície, é preciso dá uma nova demão para nos livrar dos vestígios do preconceito,
do ódio,
da intolerância,
da ganância,
da prepotência.

domingo, 21 de novembro de 2021

Poema sobre a idolatria do capital

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Enquanto açougues vendem gordura e ossos de boi para consumo de famílias empobrecidas pela crise econômica do país, e pessoas são flagradas invadindo caçambas de lixo atrás de resto de comida, nesta semana, a Bolsa de Valores instalou a estátua do Touro de Ouro no Centro de São Paulo inspirada na Harging Bull, o touro de bronze no coração financeiro do mundo, Wall Street em Nova York.
Uma verdadeiro provocação à dignidade de milhões de brasileiros entregues à miséria.
O que para alguns simboliza a força do mercado financeiro, para outros é um símbolo da fome, da miséria e da exploração do trabalho.
O Harging Bull é o maior símbolo de poder da bolsa de valores de Wall Street e é uma das atrações gratuitas mais visitadas pelo turistas em Nova York.
A escultura de bronze tem se tornado um símbolo do capitalismo americano.
Muitos acreditam que esfregar a mão em seu chifre, focinho ou em seus testículos, atrai sorte, prosperidade e dinheiro.
Turistas esperam horas em filhas gigantescas para tirar fotos agachados apalpando os testículos do touro.
Crendices às parte, o fato é que, para quem conhece um pouco das Escrituras, é impossível não associar o símbolo do capitalismo com o bezerro de ouro confeccionado pelos hebreus enquanto esperavam por Moisés que se demorava no monte para receber das mãos de Deus as tábuas da Lei.
Seria o capitalismo uma espécie de ídolo moderno?.
O momento político em que estamos vivendo tem o mérito de trazer de volta questões ideológicas para o centro das atenções, fomentando discussões acaloradas em torno de quais seriam as atribuições do Estado e os limites de sua atuação.
Distinções antes consideradas superadas voltaram à cena.
Termos que já não inspiravam qualquer ameaça são agora considerados abomináveis por alguns setores mais reacionários da sociedade. 
Nosso maior problema não é o Estado, mas o amor ao dinheiro é que é a raiz de todos os males.
É o capital, tão defendido por eles, que promiscui o Estado. 
Tanto o Estado quanto o Capital têm potencial de se tornarem ídolos.
Mas deles, nenhum é tão voraz quanto o dinheiro.
O amor a ele é a raiz da corrupção.
Quando o Estado se torna na grande prostituta, o Capital é o seu cafetão.
Alguns alegam que o Estado não possui competência para atuar em certas áreas e que a prova disso seria o caos encontrado na saúde, na educação e em tantas outras áreas que deixam a desejar.
Para estes, só haveria uma maneira de resolver o problema: privatização.
Defendem, inclusive, que uma eventual privatização da Petrobrás, por exemplo, reduziria o preço do combustível.
Interessante o argumento.
Porém, a experiência diz outra coisa.
A telefonia foi privatizada e hoje pagamos mais pelo uso do celular que qualquer outro país do mundo. 
Qual a real razão de nossos hospitais e universidades públicas estarem sucateados?.
O que estaria por trás da educação de má qualidade?.
Tomemos como exemplo o SUS que poderia ser considerada uma das maiores conquistas da sociedade brasileira, que já rendeu elogios.
O SUS foi criado para prestar atendimento universal e gratuito,
sem distinção de classe ou categoria profissional.
Obviamente, não interessa aos gestores dos grandes planos de saúde que algo como o SUS garanta atendimento de qualidade a todos.
Quem pagaria uma fortuna a Amil, podendo recorrer à saúde pública,
caso esta oferecesse um serviço de qualidade?.
Nas últimas eleições, os planos de saúde distribuíram R$ 52 milhões em doações para 131 candidaturas de 23 partidos diferentes.
Na hora de votar o orçamento para a saúde pública, a bancada eleita pela máfia dos planos de saúde vai trabalhar arduamente para sabotar qualquer tentativa de melhorar os serviços.
O mesmo ocorre com a educação.
Colégios e Universidades privadas investiram milhões na eleição de representantes para sabotar o ensino público e assim garantir seus lucros galopantes. 
Se quisermos, de fato, que o país mude de rumo, precisamos urgentemente de uma reforma política que inclui o financiamento público das campanhas políticas, acabando de vez com esta orgia que mistura interesses públicos e privados.
Somente assim, voltaremos a ter esperança de que o Estado cumprirá cabalmente seu papel de promover o bem comum em vez de aprofundar o abismo entre classes.

sábado, 20 de novembro de 2021

A consciência que existe em ser negra

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Basta chegar a semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra para nos depararmos com inúmeros protestos nas redes sociais.
É extremamente agradável esperar que as coisas sumam ignorando-as, mas chega um tempo em que se torna necessário dizer “Pare! Isso é inaceitável!”.
Interessante ressaltar que nunca vi ninguém protestando no "DIA DAS CRIANÇAS", alegando que somos todos HUMANOS, independentemente da idade. Nunca vi ninguém protestando no "DIA INTERNACIONAL DA MULHER", alegando que independentemente do gênero, somos todos humanos.
Então, não entendo a razão que leva alguns a protestar contra o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
De fato, somos todos humanos, mas nenhuma etnia sofreu tanto nos últimos séculos do que a negra.
Digo, sofreu e ainda sofre nas mãos de outros pertencentes à mesma raça, a humana.
Ao longo da história a consciência de muitos ainda existem em ser negra, ainda existem em ser preconceituosa, ainda existem em negar a sua falta de humanismo.
Não precisamos de um dia dedicado à consciência humana, assim como não precisamos celebrar o Dia do Adulto ou o Dia do Homem, ou mesmo o Dia do Orgulho Hétero 
Os membros que têm sido menos honrados, a esses deveríamos honrar muito mais, enquanto que, os que têm sido prestigiados ao longo da história não teriam necessidade disso.
Isso certamente contribuiria para que não houvesse divisão no corpo, de modo que se corrigisse uma injustiça, e que todos tivessem igual cuidado uns dos outros.
Devemos honrar a quem tem sido desprezado, roubado em sua honra e dignidade, visto que os demais não necessitam disso.
Ou você conhece alguém que deixou de ser empregado por ser branco?.
Ou alguém que teve seu salário reduzido por ser homem?.
Ou foi privado de algum direito por ser hétero?.
Precisamos dar voz aos que não têm voz, tornar visíveis os invisíveis,
honrar os que foram desonrados ao longo do processo histórico, corrigindo assim a injustiça cometida pelas gerações que nos antecederam.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Poema sobre o ciclo interminável

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Na sociedade do consumo você pode não ter caráter, amor, ou até mesmo saúde, mas se tiver um cartão de crédito, então a mágica pode acontecer,
o problema é que esse tipo de feitiço costuma cobrar muito caro.
A verdade é que o consumo depende da insatisfação humana, da frustração,
do rompimento de todos os limites.
Os grandes marqueteiros exploram justamente isso, não vendem a utilidade ou importância de um produto ou serviço, vendem o quanto você será infeliz se não comprar aquele objeto de desejo que,
não raro, você jamais precisou.
E assim as pessoas vão se empanturrando de coisas, a medida que se esvaziam de valores, e para manter essas tantas coisas funcionando é preciso mais dinheiro, mais trabalho, mais foco, mais tempo, mais vida.
De fato, quanto mais as pessoas se afadigam para possuir coisas que, enfim, lhe trarão felicidade, mas infelizes se tornam, ao ponto de adoecerem e perderem a alegria de viver, e é esse ciclo interminável que mantém o mundo que conhecemos funcionando.


quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Poema sobre a meritocracia

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A meritocracia diz que você cresce por mérito e quem não o faz é por preguiça ou descuido.
Em outra instância, sob o lema da justiça, decide-se atacar um povo destituído de condições de defesa, numa desordem política, econômica e ideológica.
E num ângulo bem mais próximo de nossa experiência diária, há aquelas situações em que nos deparamos com uma busca desenfreada por fazer tudo certo, medir os gastos e despesas, sem deixar nada de fora, no âmago por ser justo e correto.
E nesse meio tempo, atropelamos quem nos surja pelo caminho, cegos em nossa integridade, a fim de não nos desviarmos das leis que impusemos a todos os que nos cercam.
São lágrimas que ignoramos, mãos estendidas que não cabem em nossa justiça, um peso que devemos colocar sobre todos, sem ao menos perceber a distinta condição de cada pessoa.
Neste mundo não há espaço para a misericórdia.
Não vivemos numa democracia,
nem lutamos por coisa alguma além de uma vil e cruel meritocracia.
Será que seria o caso de começarmos por medirmos a nós mesmos se não vivemos recompensando somente os fortes, os esforçados, aqueles que atendem às nossas expectativas?.
Será que não seria o caso de olharmos o outro nos olhos antes de batermos o martelo da justiça, determinando um peso igual a todos que, tragicamente virá a massacrar alguns?.
Será que não seria o caso de desmontarmos nossos sistemas de justiça, recompensa e punição, pararmos de ‘dar nome aos bois’ e analisarmos a vida humana acima dos sistemas políticos e econômicos?.
É difícil ao ser humano aceitar a misericórdia, já que para isso é necessário se desarmar, se despir de suas ideologias e justificações, trazer o outro que o desafia no mesmo patamar para ouvi-lo, atender suas necessidades e promover a reconciliação.
Ideias como estas são por demais subversivas, já que não premiam o esforçado, o mais forte, nem o mais justo.
Isso ataca nossa altivez e nos coloca a todos no mesmo nível, sob a mesma condição.
A maior dificuldade em tudo isso é enxergar além dos rótulos,
das ideologias, dos sistemas políticos e econômicos que já estão encrustados em nossa pele, em nosso sangue e em nossa história.
O pensamento que é regido desde a infância pela meritocracia dificilmente sairá ileso caso decida fugir das linhas que limitam sua justiça própria.
Pobre daquelas pessoas, em um país que qualquer mérito próprio é prontamente transferido para instituições, organizações e ideologias.
Agora o exemplo deles é o exemplo de cada teoria,
cada partido,
cada movimento,
cada politica.
A vitória deles é um tapa na cara da direita,
da esquerda,
do machismo,
do feminismo,
da meritocracia... 
cada um usa a vitória deles como se de fato fosse seus.
Assim como deve aos primeiros militares, deve a esquerda pelas politicas de inclusão e pelo fim da meritocracia, deve a direita.
Somos uma coletividade de preguiçosos, vestindo o mérito alheio como se de fato fosse nosso.
Não creio em meritocracia, pois entendo que nem todos desfrutam da mesma oportunidade de crescer, desenvolver-se e produzir.
Uma coisa é não ter oportunidade,
outra é tê-la, mas negligenciá-la.  
Eu creio na esperança de um milagre que ocorre no interior do coração humano, transformando opressores e exploradores em potencial em seres generosos, cheios de amor pelos seus semelhantes. 


terça-feira, 16 de novembro de 2021

Poema sobre o sermão do meio- ambiente

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Se é verdade que esta Terra está destinada à destruição, por que deveríamos nos importar com questões ambientais?.
Qual foi o último sermão que você ouviu acerca da importância de se preservar o meio-ambiente?.
Haveria como evitar um colapso ambiental?.
O homem incivilizado até pode ter passado a vida nos palácios e gasto os pés nas lajes das grandes cidades e mesmo assim, o homem irá morrer nos bosques.
O homem será sepultado por várias camadas de terra infértil, estéril.
O homem regressará a uma terra, um adubo que será capaz de devolver à Terra o que ela nos entregaram enquanto estamos vivos e, através desse processo, criará novas fontes de vida.
O homem que veio da terra, da terra voltará; voltará a ser um pó que o vento leva, voltará a ser um barro esperando ser moldado por um oleiro.
O homem que muita das vezes destruiu á árvore que nos trouxe vida, agora esperar voltar ao início em que ele possa contempla á árvore da vida.
Tudo tem de acabar e a terra,
de tanto ser pisada, tem de gastar-se; porque a imensidão deve acabar por cansar-se desse grão de poeira que faz tanto e perturba a majestade do nada.
Quando os homens virem esse vazio, quando se tiver de deixar a vida pela morte, pela morte que come,
que tem sempre fome,
haverá um riso imenso de desespero.
E tudo explodirá para se desmoronar do nada, e o homem virtuoso amaldiçoará a sua virtude e o vício aplaudirá.
Alguns homens ainda errantes numa terra árida chamar-se-ão; encontrar-se-ão e recuarão horrorizados, aterrorizados consigo próprios, e morrerão.
O que será então o homem, ele que já é mais feroz do que os animais ferozes,
e mais vil do que os répteis?.
O homem dará adeus para os carros deslumbrantes, famas, mundo, palácios, mausoléus, volúpias do crime e delícias da corrupção.
Os palácios, os templos, as pirâmides,
as colunas, mausoléu do rei, caixão do pobre, carcaça do cão, tudo isso ficará à mesma altura, sob a relva da terra.
Então, o mar sem baterá tranquilamente nas praias e irá banhar as suas ondas na cinza ainda fumegante das cidades;
as árvores crescerão, reverdescerão,
e não haverá mão que as quebre e as destrua; os rios correrão nos prados floridos, a natureza será livre, sem homem que a oprima, e esta raça será extinta, porque era maldita desde a infância, era árida, seca que não deu bons frutos por falta de humanidade.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Poema sobre o Deus do subgrupo social

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O Deus do subgrupo social se põe ao lado da mulher adúltera, não dos seus detratores.
Se fosse o Deus da pluralidade, Ele se poria ao lado dos que a queriam apedrejar.
O Deus do subgrupo social diz que muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.
O apóstolo do Deus do subgrupo social constatou que não havia entre os chamados muitos sábios e entendidos, mas pessoas simples, oriundas das camadas mais humildes da sociedade.
O Deus do subgrupo social tira Filipe do meio das massas em Samaria para levar o evangelho a um eunuco negro proveniente da Etiópia.
Numa tacada, Ele atenta contra o preconceito étnico, social, cultural e sexista, já que o eunuco da época equivaleria ao homossexual de hoje.
O Deus do subgrupo social valoriza a atitude solidária de um samaritano que acode um moribundo na estrada,
mas desdenha da postura hipócrita e higienista de um sacerdote e de um levita que o ignoram.
O Deus do subgrupo social se recusa a tratar com rigor os samaritanos que o rejeitaram em sua terra, e em vez de atender à sugestão de dois de seus discípulos, fazendo descer fogo do céu para consumi-los,
Ele afirma haver vindo para salvá-los.
O Deus do subgrupo social acolhe a oferta de uma prostituta bem na casa e na cara de um fariseu hipócrita,
cujo discurso contagiou até os discípulos.
O Deus do subgrupo social não se importa em ser flagrado aos papos com um samaritana de moral duvidosa,
e mesmo correndo o risco de ser mal interpretado, oferece-se para saciar-lhe a sede existencial.
O Deus do subgrupo social sofreu preconceito de Natanael por conta de sua origem: " pode vir alguma coisa boa de Nazaré"?.
-Vem e vê!.
Deus nos quebra fazendo da fonte do nosso preconceito, um canal para Ele nos abencoar.

domingo, 14 de novembro de 2021

Poema sobre os figurantes da vida

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Talvez nosso maior pecado seja a presunção.
E nossa maior presunção é a de achar que somos mais importantes do que realmente somos na vida de alguém.
Acreditamos que somos protagonistas, quando na maioria das vezes nem somos coadjuvantes,
mas apenas figurantes na vida de alguns. Absolutamente dispensáveis.
O mundo deles seguiria perfeitamente sem nós.
Mas ainda assim, não abrimos mão de nosso papel,
mesmo que tenhamos que nos contentar com os bastidores,
onde nem sequer somos notados.
O importante é saber que a vida é muito mais do que os papéis que nos são negados ou confiados.
Ainda que tenhamos desempenhado algum papel que julgamos importante na vida de alguém,
o mesmo poderá sofrer cortes durante a edição.
Quem sabe nosso nome nem ao menos aparecerá nos créditos finais.
O que nos resta fazer?.
Atuar por amor ou pelo simples prazer de atuar,
em vez de ser pela busca desenfreada por reconhecimento de quem quer que seja.
Precisamos exercer um papel que trate as feridas de ontrem sabendo que a leve e momentânea ardência produz um eterno alívio e frescor.



Desconstrução

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Ora esperanço;
ora todo ranço,
desânimo de esperançar, 
preguiça de acreditar.
E tudo vira nada.
Ora alguma fé;
ora apenas um café,
uma parada; 
ora preciso de uma estrada...
de uma estrada, 
não de um destino.
O sino silencia
na catedral...
o mal... o mau... o mal...
Uma pazada de cal
no rosto...
o gosto.... desgosto...
o vinho... o mosto...
o pós... os nós...
Ora já nem sinto a voz,
e grito...
aflito... conflito...razão...
E querem saber 
quem sou eu na fila do pão,
como se eu soubesse de mim.
O fim... o fundo... o poço...
Não sinto alvoroço 
em mim...
calmaria... preguiça....
premissa...
"maliça" nordestina...
A mina... o mino...
"Somos tantos Severinos
iguais em tudo na vida"...
A lida... o cansaço... o passo...
o compasso...
O que faço
para mudar o mundo?
O fundo... o poço...
o caroço... o osso...
o osso... o osso... o osso...
a fila...
o prato sem feijão...
o bilhão, o trilhão... o congresso...
o senado... o executivo...
o judiciário...
o salário do osso...
o poço...a lama...
o caco... o barraco...
a mansão... a desigualdade...
o deboche... o irmão...
a igreja,
cereja do bolo divino...
O menino que se alimenta de luz...
acabou o cuscuz.... o arroz... 
e o feijão é bandinha,
e a carne é osso...
o sino... o poço... o fundo...
o mundo... o imundo... o desmundo...
O fim... assim...
desmundo...
esmundo...
smundo...
mundo...
undo...
ndo...
do...
o...
FUNDO....

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Do luto á luta

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O importante não é como você morre, mas como você vive.
É fato que nenhum de nós está imune a tragédias,
o dia mal sempre chega,
e para alguns, ele vem de forma trágica.
Ainda assim, é melhor viver com propósito por pouco tempo do que levar uma vida longeva sem sentido, corridas curtas, por vezes, são melhores do que maratonas.
Eu tenho conhecido muitas pessoas, várias,
e algumas tem experimentado dias de muito sofrimento e dor,
suas almas estão ressecadas pelo calor de uma jornada árida,
desprovida de paz e alegria,
elas são como espinheiros secos,
jamais se permitiram amar e,
muitos menos, se abriram como botões em flor para serem amadas.
Diante de alguns fatos, o silêncio de uma lágrima é mais eloquente do que o grito de mil sermões.
A existência terrena dessas pessoas é curta, sobretudo quando analisamos todo o seu potencial de criação,
mas também é intensa, pois elas se dão aos que amam e também recebem muito amor, deixa uma vida como fruto de uma relação afetiva e ainda tem a alegria de poder viver fazendo aquilo que mais gosta.
Elas sabem que ninguém bate tanto na gente como a vida.
Essas pessoas nos deixa precocemente,
mas também nos relega a certeza de que viver bem é melhor do que viver muito.
A verdade é que toda perda gera a sensação de luto.
Há perdas, contudo, que o luto demora mais tempo para passar.
Quando as perdas atingem nossos propósitos, não é tão fácil assim voltar para vida.
Estamos constantemente em uma jornada do luto à luta.
É preciso ler mais livros, mas também buscar ler o seu próximo para entender o contexto de cada vírgula, parágrafo e capítulos da história que eles vivem e viveu.
É preciso ler nas entrelinhas pra poder mergulhar nessa leitura.
É preciso saber que a última coisa que envelhece em nós é o coração.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Eleitores só existem quando existem eleições

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Teto de gastos,
regra de ouro,
PEC dos precatórios,
contas públicas,
emendas de relator,
orçamentos secretos.
Esses são os assuntos que hoje mobilizam,
ou imobilizam,
os Três Poderes da República.
É com eles que Executivo,
Legislativo e Judiciário gastam atualmente todas as suas energias.
Não há dúvida de que teto,
regra, PEC,
contas, emendas e orçamentos acabam tendo impactos na vida de todos.
Mas em Brasília esses temas são discutidos como se não fizessem parte do cotidiano de desafios de empresários e sufocos de trabalhadores ou contribuintes.
Eles são discutidos dentro de interesses políticos,
partidários,
ideológicos e eleitorais.
Sem levar em contra as necessidades, precariedades e prioridades de milhões de famílias.
Claro que PEC,
emendas,
orçamentos atingem a vida das pessoas.
Claro que teto, regra e contas importam.
Mas essas pautas só importam quando as pessoas importam, quando as pessoas têm voz.
O problema é que alguns políticos não se importam com pessoas, só se importam com eleitores.
O problema é que eleitores só existem quando existem eleições.
No resto do ano, viramos meros espectadores pagamos pelos impostos,
e pagamos pelo show, sem saber que nós é que somos a atração principal.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Arraigado e fundados em amor

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A moradia,
a alimentação,
a educação,
cultura,
lazer,
saúde e o cuidado com a terra se tornaram artigos de luxo mantidos pela exploração do pobre,
a matança dos negros,
o abuso das mulheres e o extermínio dos gays.
O Brasil diminuiu e se tornou para pouquíssimos que estão acima de tudo e esta exploração, que é o deus deles,
o capital, acima de todos.
Às vezes penso que o pêndulo da história quedou-se no conservadorismo.
E lá está imóvel.
Agora é âncora.
Para esses dias em quase nada faz sentido, e que sanidade escorre pelos dedos,  que a saúde mental vegeta.
Apenas uma grita é possível. 
Neste instante percebo que além da certeza do acolhimento das minhas lágrimas e da melancolia.
Um reino em que somos um e por nos identificamos com todos lutamos pela vida,
dignidade,
direitos,
de todo o humano em qualquer circunstância em que se encontre. 
Neste reino nada que é humano nos é estranho nos é alheio. 
Ainda há pessoas que não desistem dos seus deveres essenciais para com o outro.
E nós que saímos, neste tempo que se chama hoje, a semear o amor,
a convivência,
a paz,
a igualdade,
a fraternidade,
a democracia com lágrimas,
certamente com exuberante alegria faremos nossa colheita. 
Seremos os braços que acolherão aqueles que tem plantado ventos. 
O chão pode servir de cova ou jardim.
Nele se enterra, mas também se planta e fazemos com que novas flores nasçam.
Por que a misericórdia é um ideal inegociável.
E só o amor é absoluto.
Só o amor está ao alcance de todos. 
Porque muitos vivem por várias causas,
Porque se vive por muitas razões,
mas apenas por amor se morre.
É preciso estar arraigado e fundados em amor para assim compreender as 4 dimensões do amor.
Não por acaso Jesus se vale dela para expressar a Sua essência de Videira Verdadeira.
Ao contemplar uma árvore eu vejo ali as dimensões do Amor de Deus.
Na árvore a gente consegue contemplar estas 4 dimensões:
É pela LARGURA dos galhos da árvore que ela interage com o meio, fazendo-se acessível para quem precisa se abrigar, descansar e se alimentar.
O COMPRIMENTO aponta para a validade dos seus frutos, pois a gente pode até saber quantas sementes existem dentro de uma maçã, mas é impossível saber quantas maçãs existem dentro de uma semente.
Os frutos da árvore do amor permanecem e não perecem, vão além de nós.
A ALTURA revela sua vocação de ser árvore, mas sem se deixar ensoberbecer, pois, nenhuma árvore abre mão da raiz.
É na PROFUNDIDADE da raiz que reside o seu lugar secreto que serve de remédio para não se iludir com a soberba das alturas.
É assim que ela limita-se à sua própria dimensão.
Ela entendeu que é crescendo de dentro para dentro que se sustenta o crescimento de fora.
Quer ler sobre o Amor de Deus?.
Contemple uma árvore com os olhos da Graça de Deus. 
Ali, você vai passear pelas 4 dimensões do Seu amor e encontrará a força para seguir em frente e até mesmo para sair de um luto para a luta.

Poema sobre as gavetas da vida

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Arrumar as gavetas do quarto, é tirar delas vários boletos pagos; fones de ouvidos quebrados; receitas médicas velhas e chaves de portas que não tem mais acesso.
As gavetas não se arrumam sozinhas, é preciso visitar as gavetas da alma e tirar delas boletos da vida que já foram sido pagos.
Às vezes temos disposição para perdoar o outro, mas nos esquecemos que isso também se aplica para nós.
Portanto, perdoe-se.
A culpa só deve durar até o arrependimento.
Uma vez arrependido, não há mais motivo para se culpar.
Descansei em paz, enterrei a culpa e continuei a viver. 
Também joguei fora os fones de ouvidos quebrados.
Na gaveta física, eles não serviam para ouvir minhas músicas.
Na gaveta da alma, eles me faziam dar ouvidos para tudo e todos.
Tão importante quanto saber ouvir é saber a quem ouvir.
Saber ouvir é a semente para sabedoria. Saber a quem ouvir é o sinal que a sabedoria ficou madura.
Ouço de tudo, mas só dou ouvido ao que é bom.
Rasguei as receitas médicas velhas.
Se já me tratei e fui curado, qual a razão de viver como se ainda estivesse doente?.
Hoje meu organismo é outro, a gente evolui, o que deu certo no passado não necessariamente dará no presente. Entendi isso para não ser um hipocondríaco existencial.
Cada momento é único e exige uma abordagem personalizada.
Problemas da vida são resolvidos com criatividade e não com receitas padrões.
E, por fim, livrei-me das chaves de portas que não tenho mais acesso.
Fiquei preso no "e se um dia precisar delas..." "E se", é um limbo existencial que aprisiona.
Estava me trancando com estas chaves.
Depois disso, percebi que as portas fechadas, serviram para abrir janelas em minha mente.
Janelas que me fizeram enxergar novas portas.
Com novas portas, vieram novas chaves e precisei de lugar na gaveta para guarda-las. 
Sonhos engavetados são sufocados por lixos acumulados. 
Há tempo de guardar, e tempo de lançar fora.
Gavetas existem para guardar o que é importante e não para acumular o que ficou obsoleto.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Poema sobre o estatismo populista

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Quem torce para a economia recebeu assim dois anúncios feitos nessa semana.
No primeiro, o ministro Paulo Guedes reduziu em 10 por cento as alíquotas de quase todos os itens importados.
O objetivo é estimular a entrada de produtos no país e tentar segurar a escalada da inflação.
No segundo, o STF suspendeu as emendas de relator, que criaram no Congresso o chamado orçamento secreto.
Na decisão, a ministra Rosa Weber apontou flagrante inconstitucionalidade. Segundo ela, não podem coexistir dois regimes de execução: um devidamente controlado; outro perigosamente oculto, anônimo, sigiloso e sem transparência.
O orçamento secreto prevê um montante de 17 bilhões a serem usados à vontade por apenas um grupo de parlamentares, sem se saber qual deputado ou senador recebeu a verba.
Ou seja, sem se saber para quem e para quê.
O plenário do Supremo deve julgar esta semana o mérito.
A oposição entende que, da mesma forma que o mensalão, as emendas de relator ameaçam a economia e a democracia.
Isso porque elas estariam remunerando interesses desconhecidos de políticos obscuros.
Ou seja, no Brasil, alternam-se os governantes e suas ideologias de costumes, mas o estatismo populista na economia segue intacto.

O DNA do amor

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Amar, é ser um presente nos momentos mais cruéis, é ensinar que uma mão estendida, valem mais do que um dedo acusador.
Amar, é se doar é caminhar lado a lado,
é a missão de cuidar, de amar e ser amado, é ser grato por um dia
também ter sido cuidado.
É conhecer o amor maior que se pode amar, é a escola da vida que insiste em ensinar.
É entender que o sangue nesse caso é indiferente.
Duvido o DNA dizer o que a gente sente.
É gerar alguém na alma e não biologicamente.
Pois não tem biologia nem lógica pra explicar, amor de pai e de mãe
não se resume em gerar, quem gera nem sempre cuida, mas quem ama vai cuidar.
Vai cuidar independente da cor que a pele tem, da genética, do sangue, o amor vai mais além.
O amor tem tanto brilho que quem adota um filho é adotado também.
Quando o processo aparece mais do que o produto final é uma evidência
de que nos preocupamos mais em ter os holofotes do que ser um holofote voltado para o outro.
O ego gosta de se vangloriar dos processos.
É preciso desapego.
Mas, o problema é que até a palavra desapEGO tem "ego", talvez por isso seja tão difícil desapegar. 
O Amor não chama a atenção para si. 
Ele aponta para o fruto e se satisfaz na satisfação do próximo.
O Amor não fala para amar o distante e o diferente.
Para ele, tais categorias não existem.
Ele aproxima o distante e torna o diferente em semelhante.
Migrar do movimento de rotação do egoísmo para o de translação do amor ao próximo, faz com que a solidão dos dias e noites ganhe a companhia das cores e frutos das estações.
Amar, é ter o DNA de Deus em nós.
É ter uma molécula presente no núcleo das nossas células para que possamos ser considerados o portador da mensagem genética de Cristo.
A mensagem que nos faz amar, que nos faz perdoar, que nos faz reconhecemos que somos pecadores tentando atirar a primeira pedra mesmo sabendo que o único presente que não tem pecado é o próprio Jesus e mesmo assim Ele abre mão deste "direito" e não atira nenhuma pedra para nos executarmos.
Ao contrário, Ele se apresenta como pedra de sustento para nos restauramos, pois Jesus não é Letra, Ele é Verbo.
E o Verbo é ação para a vida.

domingo, 7 de novembro de 2021

Enxergar a vida

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Quando falamos em ler, acabamos por pensar apenas nos livros, nos textos escritos.
O senso comum diz que lemos apenas palavras.
Mas a ideia de leitura aplica-se a um vasto universo.
Nós lemos emoções nos rostos,
lemos os sinais climáticos nas nuvens, lemos o chão,
lemos o mundo,
lemos a vida.
Queixamo-nos de que as pessoas não lêem livros.
Mas o deficit de leitura é muito mais geral.
Não sabemos ler o mundo,
não lemos os outros.
Vale a pena ler livros ou ler a vida quando o ato de ler nos converte num sujeito de uma narrativa, isto é, quando nos tornamos personagens.
Mais do que saber ler, será que sabemos, ainda hoje, contar histórias?.
Ou sabemos simplesmente escutar histórias onde nos parece reinar apenas silêncio?.
Não basta saber o que está escrito, tem que saber como ler.
A leitura que fazemos da vida tem a ver com o que há escrito dentro de nós.
Não podemos parar no olhar objetivo “O QUE?",
temos que ir ao encontro da subjetividade do “COMO LÊS...?”.
É preciso um segundo olhar.
Não um olhar de segundas intenções para julgar, mas o olhar que não busca o que é vosso, mas sim a vós.
Cristo tem que ser o nosso alvo e lente.
Ao olhar firmemente para Ele, passamos a enxergar o mundo através de Seus olhos e, assim, lemos o outro através das lentes do Amor.
Amor que aproxima o distante e torna o diferente em semelhante. 
É assim que devemos enxergar a vida.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

O reino de Deus e a política dos homens

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Jesus nunca quis o trono de César,
nunca desejou o palácio romano,
não fez alianças com poderosos,
nunca se vendeu.
Parte da igreja achou por bem conceber uma bancada evangélica,
preferiu se comprometer com a agenda político social atual, fechou com correntes ideológicas que já destruiram sociedades, assumiu uma mentalidade de guetos, e corporativista,
mas sai a público dizendo que é odiada pelos que não são cidadãos de bem,
não defedem a pátria, a família e não amam a Deus. 
O Cristo da bíblia não é esse que está fomentando guerra entre patrícios em nome de Deus.
Jesus não fez questão alguma de se apropriar ou obter qualquer invenção humana, sendo Ele quem é. 
Guerras sempre haverão, pois desde antes de conhecerem Cristo,
o ser humano em sua estupidez sempre pleiteará pelo que deseja possuir a força da maneira mais estúpida, aliás, foi por essa estupidez que o mataram.
Quando Jesus disse que seu Reino não é deste mundo, não foi para tranquilizar a liderança.
Pelo contrário, foi a maior das provocações.
O Reino de Deus sinaliza o fim dos reinos deste mundo e todo governo humano.
Apesar das descrições primitivas, o Reino de Deus em nada se parece com os reinos deste mundo. 
Esse Reino foi inaugurado na encarnação de Cristo, e a igreja é responsável por dar continuidade na construção desse Reino de igualdade aqui e agora, até que tudo seja completamente restaurado.
“Meu Reino não é deste mundo”, ou seja, não tem nada a ver com dominação, conquistas territoriais, hierarquias. 
O Reino de Deus não é desta ordem de coisas, não é desde mundo caído.
Colocamos a mão no arado, um instrumento que serve para lavrar o solo, revolvendo a terra com o objetivo de descompactá-la e, assim, viabilizar um melhor desenvolvimento das raízes das plantas. 
Preparamos o solo para que as raízes do Reino se desenvolvam, as plantas cresçam, e o Reino seja manifesto não com anarquismo.
Mas optando por propostas que sinalizam uma sociedade mais justiça, igualitária, onde o excluído é incluído,
o pobre tem respiro,
o oprimido sente um pouco de alívio,
e os poderosos, os que dominam o mundo, os ricos, tenham suas estruturas estremecidas e sintam uma prévia da ruína que lhes aguarda.
É deprimente ver líderes cristãos terrivelmente evangélicos fazendo política social teológica para não ficarem mal, não apenas diante de suas igrejas mas, também diante do país, parecem achar mais digno mostrar que estão certos; mesmo ao preço da apostasia,
do que terem a decência de romper com "Cézar", e voltarem para Cristo.
Deixem o palácio e voltem para o aprisco, seja como for, os dias estão passando, dias melhores virão, mas não das mãos sujas de pólvora, nem de mãos cheias de sangue, porquê as únicas mãos cheias de sangue aceitas por Deus, foram as de Cristo e foi o próprio sangue não o de outros e foi por todos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu

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A liquidez das relações igualadas pelas mídias sociais está nos fazendo viver a fadiga da compaixão.
Não conseguimos mais nos relacionar com a humanidade apresentada no outro  apenas com seu personagem criado na net.
A sociedade do cancelamento mostra para nós que não somos mais capazes de tolerar o erro.
Nós não somos mais capazes de exercer misericórdia.
O erro deve ser prontamente erradicado,
e o errante imediatamente cancelado.
Nessa sociedade dos intolerantes não há espaço para reconciliação,
não há espaço para reconsideração,
não há espaço para o perdão.
Uma sociedade absolutamente hipócrita que está todo tempo acusando cisco no olho dos outros sendo incapaz de ver a trave em seus próprios olhos.
É a vivência completa da escassez da compaixão, da escassez da piedade,
da bondade, da Graça e do perdão.
A sociedade do cancelamento denuncia a intolerância que nada mais é do que o nosso vazio de humanidade.
A nossa falta de empatia para com o outro.
A nossa falha enquanto seres humanos.
Nossa incapacidade de lidar com a humanidade que é por si errante.
Somos cada vez mais algoritmos que potencializam e excluem comportamentos do que humanos que  nos sensibilizamos com a tragédia que é viver.
É preciso imediatamente aprender que a verdade do amor não alimenta outra chama que não seja a que consome a presunção, o egoísmo e a hipocrisia.
A verdade do amor deve ser maior que qualquer amor à verdade, assim como o poder do amor deve ser maior que o amor ao poder.

Poema sobre a PEC dos precatórios

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A PEC dos precatórios permite ao Tesouro adiar o pagamento de dívidas judiciais, redirecionando para o pagamento do programa assistencial.
Investidores chamam essa combinação de insolvência ou falta de pagamento de uma dívida com improviso.
Empresários entendem que os recursos do auxílio deveriam sair das emendas parlamentares e dos fundos partidário e eleitoral.
Economistas ainda têm esperança de que a Câmara ou o Senado não autorize essa dupla flexibilização.
O próprio Banco Central concorda com eles e admite que a operação fura-teto aponta para a deterioração das contas públicas.
No comunicado da última reunião,
o Copom já mostrou que a taxa básica de juros subirá para pelo menos 9,25 por cento em dezembro.
O BC mira na inflação, mas, há decepção e descrença na indústria e no comércio, nas fábricas e nos mercados.
Muita gente importante duvida agora de que a política monetária, sozinha, seja capaz de segurar a disparada dos preços.
Desses precatórios, grande parte são dívidas com professores que já não está nada bem.
Outra parte é com aposentados,
com gente que esperou décadas processos que se arrastaram e quando saiu a sentença final, o governo resolveu negar a pagar algo.
São os empobrecidos que pagarão o "auxilio brasil" para os mais empobrecidos ainda.
Ainda assim, o futuro da economia brasileira estará nas mãos de deputados e senadores para o bem, para o mal ou muito pelo contrário.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Poema sobre o Estado esmagador

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Há uma decisão dos estados de congelar o ICMS sobre os combustíveis.
Como se sabe, o Conselho Nacional de Política Fazendária congelou o imposto por 90 dias, até o final de janeiro.
Com isso, os secretários estaduais falam em dar sua “contribuição” para tentar segurar os preços nas refinarias e nas bombas.
Por trás dessa bondade, o Confaz quer mostrar que a responsabilidade dos aumentos, que já passam de 50 por cento este ano, não é do ICMS.
O peso do tributo estadual é calculado com base no preço médio ponderado ao consumidor final.
Se este preço médio sobe nos postos,
o peso do ICMS também sobe.
Logo, a origem das altas não estaria nos estados.
Os secretários de Fazenda afirmam que o problema é nacional, causado por estruturas, conjunturas e fatores federais.
No final das contas, a ideia do congelamento é causar uma situação constrangedora na Câmara, que tem um projeto de lei que muda o cálculo do ICMS a pretexto de reduzir os impactos nos combustíveis e na inflação.
Deputados falam que só o preço da gasolina cairia 8 por cento.
Contudo, o Confaz está pagando pra ver apostando que a matemática não cabe no discurso político.
Nesses discursos sem conclusões imediatas, a única solução é o Brasil e seus governantes deixarem de lado falsos atalhos para tentar resolver nossos problemas ou estaremos eternamente fadados a uma interminável sequência de crises econômicas.
O que não pode continuar acontecendo, é a população trabalhando para carregar o Estado,
ao invés do Estado servir a população.
É preciso defender o Brasil, e não políticos, é preciso que todos defendam o Brasil, não dá para terceirizar a responsabilidade.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Poema sobre o dia dos finados

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Hoje se comemora no Brasil o dia de finados.
Dia de honrar a memória dos que partiram, decorando seus túmulos com flores.
A despeito da postura que adotemos,
o fato inconteste é que a morte é a única certeza que temos.
Independentemente de nosso credo, posição social, etnia, orientação sexual, todos, sem exceção, temos um destino comum: a morte.
Por mais que a gente tente driblá-la ou adiá-la, mais cedo ou mais tarde ela vem. Gostemos ou não, morrer faz parte do ciclo natural da vida.
Portanto, resta-nos a resiliência e a esperança de que a morte não seja um adeus, mas apenas um até logo.
Porém, como ser resiliente diante de uma morte que poderia ter sido evitada?.
Como aceitar passivamente que mais de seiscentos mil brasileiros, 5 milhões em todo o mundo, tenham tido sua vida e sonhos interrompidos por uma vírus que poderia ter sido combatido com a devida seriedade?.
O sangue de mais de seiscentos mil mortos está clamando por justiça,
e denunciando ante o tribunal divino o descaso daqueles que poderiam ter evitado a tragédia, mas não o fizeram.
Pior do que canonizar a morte é se atrever a canonizar quem facilita o seu trabalho. 
O sangue dos que partiram prematuramente está clamando diante de Deus. 
A CPI pode não dar em nada.
O ministério público pode se negar a denunciar o governo.
O STF pode fazer vista grossa.
Mas não escaparão da justiça divina. 
Não foi somente o sangue de Abel que clamou diante de Deus por justiça.
A contribuição que sua vida representou durante sua estada neste mundo não perdeu a eloquência, mas segue ecoando ao longo de infindáveis gerações.
A melhor homenagem que podemos fazer aos que partiram, seja pela COVID ou por qualquer outro fator, é ecoar e amplificar a vida que tiveram entre nós, relembrando e aprendendo com seus erros e acertos.
Portanto, não deixemos que suas vozes se calem e que suas vidas sejam relegadas ao esquecimento.
Sigamos amando-os e trabalhando pela manutenção de sua memória e de seu legado.
Que sejamos, por assim dizer, extensão de sua existência.
Celebremos a vida de quem está entre nós e a memória de quem seguirá vivendo em nossos corações.

Poema sobre o amor nos tempos de pandemia

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A situação por que passamos, a inteira humanidade, em conjunto, com o intenso e longo isolamento social recente,
nos provoca e permite, simultaneamente, nos voltarmos para dentro de nós mesmos.
Estamos redescobrindo a força do coletivo, em um mundo então centrado nos indivíduos.
Mas, importante nunca esquecer que todo coletivo é formado por indivíduos.
O vírus ataca individualmente, mas este se multiplica no coletivo numa fração de tempo, por isto o imprescindível isolamento.
Mas se a pandemia fosse de amor e empatia?.
Um pouco de cada um pode ser muito potente.
E como seria esta tal pandemia?.
Seria um sentimento como o disseminado no Natal, época em que sensações agradáveis tomam conta,
o olhar diante do outro é de compreensão, se esbanja amor, cooperação, solidariedade.
Parece que as mãos se unem para ajudar o próximo.
Uma pandemia de amor e empatia talvez seria assim.
Ultrapassar as barreiras do próprio mundo e olhar com compreensão e compaixão outros também.
Esta pandemia do Coronavírus tem seu lado, de certa forma idealista,
por nos permitir olhar para nós mesmos, para a família, para as pessoas conosco, para o nosso redor,
para nossas relações, para nosso íntimo.
Ao nos isolar nos permitiu o tempo da reflexão, de olhar para o redor e neste momento começou o contágio positivo.
A pandemia do amor é a mudança do olhar e do tempo.
É o olhar para dentro para entornar-se para fora.
É ter os efeitos do vírus de amor impregnado na vida das pessoas.
É sermos a causa do vírus, a reação que ele pode causar e nunca ser assintomático.
Temos que manifestar todos os sintomas do amor para poder pôr em liberdade os que estão sendo oprimidos, e acabar com todo tipo de escravidão.
Temos que repartir a nossa comida com os famintos.
Temos que vestir não somente roupas aos que não tem, mas vestir também de respeito, de carinho, de ternura.
É mudar este olhar negativo, pandêmico e polarizado, que estamos carregando conosco atualmente, para podemos esperançar, enxergando o amor presente em nosso dia a dia, para nos contaminar com ele e sair contagiando a todo nosso redor.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

O paralelo entre as gerações

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Não é difícil perceber que algumas pessoas agem como se quisessem eternizar o seu próprio tempo, e o de sua geração, com sua moda, sua música, seu vocabulário, seus hábitos.
Há que se respeitar o que tem valor para as gerações que nos antecederam,
até porquê, vamos desejar este mesmo respeito mais adiante, mas este respeito precisa ser mútuo, as gerações mais longínquas entre si precisam entender que uma pavimenta o caminho para a outra e, assim a vida segue seu curso,
é a evolução natural da vida, nenhuma geração é absoluta, por mais cultura que tenha produzido, por mais sabedoria que tenha adquirido, por mais feliz que tenha sido.
Nenhuma delas é referência absoluta sobre todas as outras passadas ou futuras mas, todas contribuem com o todo, todas deixam algo na existência, seja um legado bom ou ruim.
Ao longo do tempo a percepção de bons caminhos muda e, isto não necessariamente é um desvio, as vezes,
a contramão é a melhor rota a seguir, principalmente para evitar as violações existenciais.
Muitas gerações seguiram seu curso, umas mais bem-sucedidas que outras, então, aprendamos com erros dos outros e com os nossos mas, lembrando que corrigir caminhos não é perpetuar gerações, ou extinguir as que afloram com a sede característica de todo recém-nascido, mostrar o caminho entre as pedras, este é o papel das gerações maduras, desbravar novos rumos é a responsabilidade da geração atual e,
as gerações vindouras darão continuidade ao ciclo.
Em se tratando de gerações a única coisa absoluta é a necessidade de movimento, de continuidade, e não de perpetuação de uma era sobre todas as outras.
O reino de Deus é composto de todas as gerações, como o mar que não se enche mas, está sempre pronto para receber os que vêm a ele.

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