sábado, 23 de julho de 2022

Poema sobre o pai nosso

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Pai nosso que está no céu,
porém, sempre acessível a todos que o buscam.
Que seu nome jamais seja profanado por aqueles que dizem representá-lo.
Que o seu reino nos encontre onde quer que estejamos, e que sua vontade  prevaleça sobre nossos projetos pessoais. 
Que a terra seja uma extensão do céu, lugar onde a justiça e o amor andem de mãos dadas.
Que o pão que nos for dado cotidianamente seja compartilhado com os demais em vez de ser guardado para o dia seguinte.
Que o acúmulo de bens seja considerado o cúmulo do egoísmo, enquanto sua distribuição generosa desperte em nós a esperança de dias melhores.
Que o perdão que nos foi graciosamente concedido,
seja prodigamente estendido aos demais.
Que assim como fomos perdoados, possamos igualmente perdoar,
sem exigir reparação.
Que jamais nos aproveitemos da dívida alheia para chantagear ou tirar proveito em benefício próprio.
Não nos deixe cair na tentação de achar que somos o centro do universo, merecedores de atenção especial, agindo como se o mundo nos devesse alguma coisa.
Nem nos permita ser tentação aos outros, a fim de expor sua fraqueza,
e assim, justificar a nossa.
Livra-nos do mal, principalmente, daquele que possamos fazer ao próximo, mesmo que isso nos traga alguma vantagem.
Que jamais nos esqueçamos de que o Pai é nosso, e não de uns ou de outros; mas o reino é dele,
e por isso, admite nele quem ele quiser, sem ter que dar satisfação a ninguém.
Seu reino é infinitamente maior do que o perímetro que nossa espiritualidade egoísta nos permite ver. 
O pão é nosso, mas a fonte de sua provisão é ele.
Se a fonte nunca cessa de jorrar,
logo, sua provisão também jamais faltará.
Que desculpa teríamos para acumular em vez de repartir?.
Que justificativa haveria para a nossa ganância e cobiça?.
A dívida perdoada era nossa,
e nada fizemos para merecer seu perdão.
Os méritos são dele.
Logo, a glória deve ser atribuída inteiramente a quem de direito.
Dele foi a iniciativa, e a ele caberá a finalização.
Ele é o início e o fim.
A nós, seus filhos, cabe a alegria de sermos o meio, o canal através do qual sua superabundante graça alcança também os demais. 
Se o Pai, o pão e o perdão são nossos, então, somos todos irmãos. 
Que assim seja.

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