segunda-feira, 27 de julho de 2020

Poema sobre paranormal ou paramilitar

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Tem um comunista debaixo da minha cama! Por isso eu tenho que andar armado…
Tem um esquerdista debaixo da minha cama! Por isso eu tenho que ocupar o Congresso…
Tem um lulopetista debaixo da minha cama! Por isso eu tenho que fechar o Supremo…
Tem um anarquista debaixo da minha cama! Por isso eu tenho que rasgar a Constituição…
Tem um jornalista debaixo da minha cama! Por isso eu tenho que calar a imprensa…
Grandes patriotas estão dispostos a fazer grandes sacrifícios para preservar a democracia e a estabilidade.
Custa crer que oficiais militares, empresários preparados e pessoas inteligentes insistam em arriscar suas reputações fingindo acreditar que tem um comunista ou um jornalista debaixo da cama.
Todos os argumentos para ocupar o Congresso, fechar o Supremo,
calar a imprensa são tão bizarros e exóticos quanto acreditar em Saci Pererê e Mula Sem Cabeça.
Brasileiros de um lado e Brasileiros do outro não podem se deixar usar por nenhum interesse sobrenatural, paranormal ou paramilitar.
Brasileiros e Brasileiros, do mesmo lado, devem estar sempre juntos,
em defesa de interesses públicos,
de interesses comuns e de interesses do Brasil!.
E o único caminho que leva a tudo isso ainda é o da democracia!.
Longo?.
Sim!.
Cansativo?.
Talvez?.
Decepcionante?.
Às vezes!.
Mas não existe alternativa melhor!.
Nunca existiu!.
Jamais existirá.
Na dúvida, pergunte à “sua” consciência!. Eu não quero a minha manchada de vergonha, e muito menos suja de sangue!.


Poema sobre o pandemônio .

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O Brasil enfrenta ao mesmo tempo a pandemia e o pandemônio.
Enfrenta ao mesmo tempo uma associação de pessoas para praticar o mal ou promover desordens e balbúrdias no nosso país.
O Brasil enfrenta uma crise contagiosa e assassina que o país entrou na era da delação premiada ao vivo na TV.
Milhões de brasileiros que discutiam como lavar as mãos e usar as máscaras corretamente passaram a discutir a moralidade do presidente e a moralidade do ex-ministro.
Agora são duas crises avassaladoras quando a gente já não dava conta nem de uma.
Só se consegue uma proeza desse tamanho, colossal, quando as maiores vergonhas são a moralidade da população em geral e a moralidade dos eleitores em particular.
Agora, além do vírus do corona, o país está exposto aos vírus das incertezas políticas, das inseguranças jurídicas e das instabilidades econômicas.
Fala-se em falsidade ideológia, obstrução de Justiça e impeachment de um lado;
e fala-se em injúria, calúnia e difamação do outro lado.
Quem sobreviver verá um país devastado pela Covid-19, depauperado na economia e desesperançado na política.
Dizem que, depois de tudo, o Brasil nunca mais será o mesmo.
Pois eu digo que o Brasil será o mesmo, se os eleitores não aprenderem que precisam se curar antes de curar os políticos.
Sem isso, é o Brasil que não tem cura.




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