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É Marielle,
é Chico,
é Dorothy,
é Bruno,
é Dom,
é o silêncio,
é o som,
é o grito,
é o conflito,
a covardia,
a intimidação,
a representação,
a destruição,
a morte,
a posse,
o porte,
o aviso,
o tiro,
o esquartejamento,
o lamento,
o luto...
do verbo lutar,
a dor,
o horror
de uma nação.
Os fardados,
os armados,
a religião
que domina,
a morte do ativista,
o estupro da menina,
a defesa do garimpo Ilegal,
o ouro,
o touro,
o mal,
o livro de capa preta,
a morte banal,
a religião perfeita,
a igreja presidencial,
o cidadão de bem,
o amém,
a submissão,
o domínio da soja,
a falta de pão.
O silêncio,
o som,
o Bruno,
o Dom,
o desgosto,
o cheiro,
o gosto
de morte.
O porte,
a munição liberada,
o mal,
o deboche,
a declaração do fantoche
presidencial:
"Esse inglês era mal visto,
atrapalhava o garimpo,
escrevia..."
A poesia
sendo estrangulada
assim.
Há uma tristeza
sem tamanho em mim,
uma dor que mal consigo
expressar...
Não consigo
me esperançar
nesse momento.
Há tanto sofrimento,
tanta raiva,
tanto ódio...
tanta melancolia
em mim.
E minha poesia
vai definhando...
assim...
as- sim...
ah...sim...
há...sim...
assim...
acim...
açin...