sexta-feira, 17 de junho de 2022

Crime na Amazônia

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É Marielle, 
é Chico,
é Dorothy,
é Bruno,
é Dom,
é o silêncio,
é o som,
é o grito,
é o conflito, 
a covardia, 
a intimidação, 
a representação, 
a destruição, 
a morte,
a posse,
o porte,
o aviso,
o tiro,
o esquartejamento,
o lamento,
o luto... 
do verbo lutar,
a dor,
o horror
de uma nação.
Os fardados,
os armados,
a religião 
que domina,
a morte do ativista,
o estupro da menina,
a defesa do garimpo Ilegal,
o ouro,
o touro,
o mal, 
o livro de capa preta, 
a morte banal,
a religião perfeita,
a igreja presidencial,
o cidadão de bem,
o amém,
a submissão, 
o domínio da soja,
a falta de pão.
O silêncio,
o som,
o Bruno,
o Dom, 
o desgosto, 
o cheiro,
o gosto
de morte.
O porte,
a munição liberada,
o mal,
o deboche,
a declaração do fantoche
presidencial:
"Esse inglês era mal visto,
atrapalhava o garimpo,
escrevia..."
A poesia 
sendo estrangulada
assim.
Há uma tristeza 
sem tamanho em mim,
uma dor que mal consigo 
expressar...
Não consigo 
me esperançar
nesse momento.
Há tanto sofrimento,
tanta raiva,
tanto ódio...
tanta melancolia
em mim.
E minha poesia 
vai definhando...
assim...
as- sim...
ah...sim...
há...sim...
assim...
acim...
açin...

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