segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Poema sobre o catálogo de erros

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Ter esperança nada mais é do que seguir confiante de que o melhor, eventualmente, se sucederá.
Todavia, há desfechos pelos quais jamais ousaríamos ansiar.
Nem tudo nessa vida é preto no branco.
Há vitórias que são verdadeiros fracassos. 
Esta resposta merece que nos debrucemos um pouco mais sobre ela.
Engana-se quem pensa que todos têm um preço.
Entre as massas facilmente manipuláveis, sempre encontraremos quem tenha valor e jamais permita que sua alma seja etiquetada.
Infelizmente temos que admitir que não são muitos.
Há que se garimpa-los.
Geralmente, estão entre os anônimos, entre os que não venderam suas almas em busca de fama e reconhecimento.
Há quem pense fazer o bem, enquanto faz o mal.
Há quem destile ódio em nome de um amor não correspondido.
Há quem seja movido por vingança, alegando agir por justiça.
Há quem viva uma mentira alegando ser em defesa da verdade.
De fato, só precisamos de uma boa justificativa para sermos cruéis.
E assim, sacrificamos nossa fidelidade no altar da lealdade.
A lealdade visa preservar o interesse do outro, desde que este não se esbarre com o nosso.
A fidelidade leva mais em conta o desejo, a vontade expressada, do que meramente o suposto interesse.
Não basta estar do lado certo da história, defendendo o belo, o justo e o bom.
Nem é suficiente ser zeloso do bem de que adianta fazer o bem sem ser bom?.
De que vale uma generosidade cruel?.
De que vale fazer justiça com as próprias mãos, sem ser realmente justo, ser honesto, sem ser íntegro, ser verdadeiro, sem ser sincero?.
É preciso nos retocar quantas vezes for, é preciso nos revestir aplicando uma nova superfície, é preciso dá uma nova demão para nos livrar dos vestígios do preconceito,
do ódio,
da intolerância,
da ganância,
da prepotência.

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