quarta-feira, 13 de junho de 2018

Poema sobre o egoísmo

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Quando alguém tomou posse de algo.
Nasceu o egoísmo.
Quando alguém foi para uma terra distante e remota, para tomar posse dessa terra.
Nasceu o egoísmo.
Agora o mal e o remédio estão em nós, como uma espécie humana que agora nos indigna, indignou-se antes e indignar-se-á amanhã.
Agora vivemos um tempo em que o egoísmo pessoal tapa todos os horizontes para não vermos o egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano.
As pessoas não percebem que tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses.
As pessoas perderam o sentido da solidariedade, o sentido cívico, que não deve confundir-se nunca com a caridade.
O egoísmo estar no trânsito, nas ruas, nas igrejas e famílias.
Construirmos uma sociedade de egoístas.
Se a você te dizem que o que importa é o que compras, e segundo o que compras têm mais ou menos consideração por você, então converter-te num ser que não pensa senão em satisfazer os seus gostos, os seus desejos e nada mais.
Não existe em nenhuma faculdade uma disciplina do egoísmo, mas não é preciso, é a própria experiência social que nos vai fazendo assim.
Ao longo da História as igrejas e as catedrais eram os lugares onde se procurava um valor espiritual determinado.
Agora os valores adquirem-se nos centros comerciais.
São as catedrais do nosso tempo.
É um tempo escuro, mas chegará, certamente, outra geração mais autêntica.
Talvez o homem não tenha remédio, não tenhamos progredido muito em bondade em milhares e milhares de anos sobre a Terra.
Talvez estejamos a percorrer um longo e interminável caminho que nos leva ao ser humano.
Talvez, não sei onde nem quando, cheguemos a ser aquilo que temos de ser.
Quando metade do mundo morre de fome e a outra metade não faz nada… alguma coisa não funciona.
Talvez um dia!.
Um dia talvez.

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