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No livro de Atos dos Apóstolos um dos modos de designar a Igreja como comunidade dos discípulos era chamá-la de o Caminho; e os discípulos de os do Caminho.
E essa designação é anterior ao tempo em que os cristãos vieram a ser pejorativamente nomeados cristãos.
Ora, a designação o Caminho é, no meu modo de ver, aquela que melhor expressa o espírito do Evangelho como movimento humano no mundo.
E por quê?.
Primeiro porque Jesus é o Caminho.
Segundo porque o chamado da fé é hebreu; e ser hebreu é ser alguém do caminho, da estrada, da peregrinação, como foi Abraão, o hebreu.
O Caminho é mais que um lugar ou um clube de iluminados.
Trata-se de um movimento de subversão do Reino de Deus na Terra.
Por esta razão, o Caminho é feito de gente chamada a assumir seu papel de sal que se dissolve e some para poder salgar; de fermento que se imiscui na massa e desaparece a fim de subverter; de pequena semente que se torna grande e generosa árvore que a todos acolhe; e um ambiente espiritual no qual até o administrador infiel possa se consertar, e, assim, tentar fazer o melhor do que restou.
Os do Caminho andam no mundo,
no chão da terra, em meio à sociedade humana; e isto sem fazer propaganda religiosa, mas, antes e sobretudo, sendo povo de Deus entre os homens vivendo mediante a fé que atua pelo amor.