quinta-feira, 4 de junho de 2020

Poema sobre a imprensa

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Nas grandes corporações da imprensa, existem divisões de tarefas.
As redações e os departamentos comerciais devem ser bastante diferenciados, distantes até.
Algumas das maiores têm até uma pessoa encarregada pelo Estado de defender os direitos dos cidadãos,
recebendo e investigando queixas e denúncias de abuso de poder ou de mau serviço por parte de funcionários ou instituições públicas que teoricamente tem o dever de criticar,
duramente se necessário, deslizes que possam contaminar as notícias por conta do suporte que o patrocínio dá com os anúncios à receita subsidiária dos veículos de imprensa.
Porém as notícias são histriónica e histérica,
separada da normalidade,
que nunca é unívoca ou definidora.
No nosso meio existem dois impulsos de imprensa.
O mais antigo é realçar a surpresa e a indignação.
O mais moderno é notar as ausências e as diferenças, mas investigar e descrever as presenças circundantes, onde e entre as quais ocorrem tanto a novidade como a antiguidade.
No nosso meio existe uma imprensa que se vende ou que se vendeu  como se fosse uma prostituta mais barata.
Uma imprensa que faz a população se revoltar e ao mesmo tempo se calar com o excesso de notícias que uma ou outra rede dá às mazelas das suas concorrentes.
A guerra santa que as emissoras dos bispos e milagreiros travam com outras parecem Guerras Santas e as outras revidam como se fora a Inquisição.
No caso dos jornais e revistas, as vendas despencaram de tal maneira depois do advento da internet, que em alguns casos o desprezível resultado mal paga a distribuição e o retorno do encalhe.
Por enquanto os anúncios estão pagando a conta e esse é um assunto tão longo e difícil que nem os envolvidos sabem como resolver.
O que tem se visto ultimamente é uma vergonhosa chantagem onde cada um bate nas autoridades com a força que acha que tem e quem apanha paga quanto e como acha que vale o silencio desses veículos de imprensa que nada mais são do que estelionatos.
Em alguns desses veículos o editor é o caixa e o caixa é quem faz a pauta.
Não são todos, mas a gente sabe quem e quais são.
No nosso meio existe uma imprensa que foi asfixiada pelo regime militar.
Por isso, não existe, no Brasil, nenhuma imprensa que possa ir a todos os rincões e possa saber exatamente o que está se passando na intimidade do poder.
Não há imprensa nenhum, não há transparência alguma.
No entanto a imprensa tinha que ter liberdade para fiscalizar aquilo que está sendo feito, pois, se aquilo que nós queremos fazer tem que ser para o bem da nação, imprensa tem que ter.
Entretanto libertar uma imprensa atual é escravizar uma nação pela manipulação.
Pois a imprensa já foi um comunicador para o povo, hoje é uma arma para a alienação.
Uma arma de políticos e religiosos, uma arma de empresários e burgueses, uma arma de direitistas, esquerdistas e de um centrão querendo cargos.
E essas teses são claras, eu estou repetindo como sempre fiz, como sempre pensei e observei.
É um absurdo a falta de responsabilidade com que a impressa se comporta atualmente.
É inadmissível essa imprensa que nós temos hoje.
É inaceitável termos uma imprensa fascista, nazista e golpista.
Uma imprensa que têm o poder de persuasão.
Uma imprensa que eu queria entender o por quê de tudo isso.
Uma imprensa que eu queria me fazer entender tudo isso, uma imprensa que me fizesse crer que não haja nenhum pai de família que goste de, às sete horas da noite,
ligar um instrumento, um aparelho de televisão e ver na tela, expostas cenas de lascívia; de luxúria; de lubricidade; de sexo quase explícito; que deformam a personalidade e a formação de seus filhos!.
Eu não acredito que haja nenhum chefe de família lúcido que goste disso.
Eu acredito sim, que exista uma imprensa capaz de fazer tudo isso, com o seu poder de manipulação.

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