terça-feira, 15 de setembro de 2020

Poema sobre a reforma administrativa

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Assim como a reforma da Previdência ficou um pouco aquém,
a reforma administrativa também não vai além.
Isso porque a proposta de reforma administrativa em discussão em Brasília não ataca os superprivilégios das elites do funcionalismo.
Não ataca nem os supersalários,
nem as superférias, de juízes,
promotores, procuradores,
parlamentares e uma enxurrada de efeitos especiais nos contracheques.
Esses efeitos especiais, em cascata,
vinculam e turbinam comissões,
gratificações, verbas indenizatórias e uma infinidade de penduricalhos considerados ilegais ou imorais.
Antigos ou novos, servidores públicos em geral não têm supersalários, nem superférias.
Técnicos do INSS e da maioria dos outros órgãos da Administração Pública Federal não têm supersalários, nem superférias.
Professores, merendeiras, médicos,
enfermeiras, policiais, bombeiros, garis,
não têm supersalários, nem superférias.
O que se espera de uma reforma administrativa, claro, é mais eficiência da máquina pública,
hoje sustentada com porções bilionárias,
porções tiradas dos impostos de muitos,
impostos pagos em benefícios de poucos.
Mais do que um compromisso de gestão e um ato de vontade política, qualquer reforma tem que ser um ato de coragem… amplo, irrestrito e transparente.
Nenhuma reforma fará, literalmente,
justiça se deixar de fora o Judiciário.
Se a Justiça é para todos, a reforma administrativa também tem que ser para todos,
incluindo o Judiciário.

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