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Vai parecer estranho mas te afirmo que para ser cristão não importa no que a pessoa acredita.
O que importa mesmo é a relação que se vive com Jesus,
os valores, princípios e compromissos que se pratica.
No que se acredita não faz a menor diferença.
A maior prova disso são os evangélicos brasileiros que “acreditam” no Deus da vida,
na ressurreição, no Deus de amor,
de perdão, de oportunidades,
que foi preso torturado e morto pelo governo militar mas no dia a dia agem contra a vida, contra o amor,
o perdão, negam oportunidade,
agem com ódio e tem fetiches militares, levam uma arma para a marcha para Jesus.
Viu só, as crenças têm menos poder do que imaginamos.
É plenamente possível acreditar em Deus, em Jesus sem necessariamente ser cristão e vice versa.
Os religiosos do tempo de Jesus acreditavam em Deus e não só isso respeitavam as instituições e as leis, praticavam os costumes religiosos mas foram incapazes de seguir o Cristo.
Mesmo Deus abrindo os céus e dizendo com todas as letras: “Este é o meu Filho amado em quem me agrado.
Ouçam-no!”(MT17) não adiantou nada.
Agiram com ódio, não tiveram misericórdia e compaixão com os pobres e vulneráveis, e violentamente mataram o filho de Deus.
Fica evidente que o mais importante na caminhada não é no que se acredita mas a relação que se vive.
Para viver uma relação consciente e cada vez mais comprometida com Jesus Cristo é preciso fazer o esforço de ouvi-lo.
Isso requer de nós ações e não crenças.
Esta comunhão com Jesus vai transformando a nossa vida e inclusive mudando as nossas crenças.
Vai nos trazer libertação da opressão que vivemos e consciência de uma nova forma de vida possível.
Vai nos libertar de uma vida miserável, mesquinha, que pensa apenas em benefício próprio e vai nos trazer o senso de comunidade e a ter compaixão das pessoas ao entorno.
Vamos parar de pensar só no nosso umbigo e começamos a sentir o sofrimento alheio.
Nos lançaremos da utopia um mundo um pouco mais humano.
Não é cristão quem acredita nEle, é cristão quem vive ELE.
Cristãos estão trocando a cruz pela arma, a Bíblia pela bala,
o Evangelho do amor por discurso de ódio às minorias,
o Cristo pelo falso messias que diz: “Quem quiser vir após mim,
negue aos outros seus direitos,
toma sua arma e segue-me.”
