sábado, 4 de junho de 2011

Eu não sei dançar.


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Ela estava ali, à minha frente.
Podia sentir seu sangue pulsar quente.
Na meia-luz do salão,
nos traços da solidão,
seu corpo se embalava no ritmo da canção.
Não daria bola para poemas de Drummond,
ao surgimento de uma nova constelação,
ou a crise diplomática entre Índia e Paquistão.
Embriagado no perfume,
esquecendo meus costumes,
minhas pernas tremiam,
meus olhos luziam,
toda a beleza exposta a minha frente.
Mas, cadê a coragem???
Não acredito, que viagem!!!
Estou com medo,
maior que o desejo,
que me faz suar a camisa,
Não posso levá-la à pista,
essa mulher de capa de revista,
por mais que insista,
os anjos e demônios.
Droga, eu não sei dançar!!!
Eu não quero pisar em seus pés,
dançando vanerão, maxixe prefiro jazz,
ou rolar pela pista com minha falta de destreza,
Que tristeza!!!
Outro a tirou pra bailar,
não sei no que isso vai dar,
só sei que dancei,
mesmo sem saber dançar.

Ontem choveu sobre mim.


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Ontem, eu acordei.
De olhos fechados,
o corpo dolorido,
nas sombras das luzes,
que eu teimava em apagar.
Ontem, choveu sobre mim.
Na rua vazia,
na tarde deserta,
cheia de inspiração.
Nas lágrimas do céu,
no corpo encharcado,
no tempo paralisado,
pela minha não reação.
Me encontrei na solidão,
na minha imagem refletida,
nas águas que eu temia.
E não corri.
Fiquei ali,
sentindo o frio,
aquecer meu peito.
E num sorriso contido,
senti que tu estava comigo.
No pensamento solto,
no riso louco,
na chuva que caia sobre mim.
Então, percebi que não existe o mal.
Eu que estava preso demais em mim,
Pra compreender que,
Tudo é belo,
quando se compreende,
o verdadeiro amor.

tango velho.


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Não repare meu estado.
Apenas me deixe uma bebida ao lado,
e meu corpo deitado,
esperando a extrema-unção.
Meu coração,
já se converteu aos pecados,
aos jogos do corpo,
e aos suplícios da alma.
Não me venha com verdades,
que condenem meus medos,
que exponham meus erros,
e que distorçam meus segredos.
Mesmo na morte,
serei eterno,
em minha cama de carvalho,
e detalhes de cedro.
Me deixe o último gole,
com algum tango velho.
Sou e sempre serei eu.
Na busca dos sonhos,
e me perdendo em Buenos Áries,
A terra da dança pó onde,
Sempre andei.

Nabucodozono


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Não existe amizade entre homens e mulheres, existe apenas a palavra condescendente de aceita o que não foi concebido...

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