segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A besta de nossa era

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Alguns pregadores sensacionalistas se aproveitam de qualquer coisa para tocar o rebu, aterrorizando os crentes com mensagens apocalípticas, alardeando sobre o fim do mundo, e aproveitando para convencê-los a votar em quem é contra tudo isso que está aí.
A estátua de um jaguar alado colocada na entrada principal da ONU em Nova York.
A estátua foi um presente do México para marcar a presidência do país latino-americano no Conselho de Segurança.
O embaixador do México na ONU, explicou numa rede social da Missão mexicana, o significado da escultura.
O diplomata contou que a chegada do “Guardião da Paz e da Segurança” servia também para mostrar à ONU a cultura mexicana, a mensagem dos artesãos mexicanos e a contribuição do país, como membro fundador da organização.
Segundo os artistas, a obra transmite a importância das tradições, costumes e identidade cultural mexicanos.
O jaguar é um animal considerado cauteloso, estratégico, que sai à caça de dia, mas permanece vigilante à noite.
Por incrível que pareça, em vez de um jaguar, alguns viram a figura de um leopardo e o relacionaram a estátua à besta do Apocalipse.
Será que realmente há uma semelhança entre elas?.
Deu pra notar que a estátua na ONU só tem uma cabeça e não sete como a besta?.
Além do mais, a besta de Apocalipse nada mais era do que uma representação da ferocidade do império romano. 
Interessante que os que se incomodaram com a estátua que representa a constante vigilância da ONU para a manutenção da paz mundial,
não parecem ter se incomodado com a estátua de um touro dourado no centro financeiro de São Paulo representado o poder do capital.
Este sim, a besta de nossa Era!.

Barris de carvalho

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O evangelho não combina com estruturas arcaicas que cheiram a mofo. 
Odres têm prazo de validade,
envelhecem, e já não suportam o frescor do vinho novo.
Por isso acabam se rompendo de modo que o vinho seja entornado. 
O vinho só não entorna se acompanhar o processo de envelhecimento do odre.
Mas perde o sabor original,
vira vinagre,
fica intragável e indigesto.
Uma coisa é envelhecer em barris de carvalho que preservam o sabor do vinho, outra é deixá-lo envelhecer num odre de couro que acaba apodrecendo.
Odre não é lugar de armazenamento do vinho.
O vinho só era colocado no odre pouco antes de ser servido ou para ser transportado em menores porções. 
As denominações se transformaram em adegas onde o vinho é estocado em odres velhos prestes a se romperem.
Por isso, não suportam o frescor de uma mensagem contextualizada do evangelho que busca responder às questões pertinentes de seu tempo. 

Poema sobre a iminência do perigo

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Quão frustrante é percebermos que as pessoas à nossa volta estão adormecidas e não logramos despertá-las.
Umas, porque não querem.
Outras, porque não podem.
Estão numa espécie de hibernação existencial.
Passam pela vida, sem nem sequer notar o que ocorre à sua volta.
Sentimo-nos sós na maneira como percebemos a vida.
Será que vale mesmo a pena despertá-los?.
Será que não nos odiarão por causa disso?.
Pergunto-me até que ponto a ignorância pode ser uma bênção.
O conhecimento não traz apenas libertação, mas também muito sofrimento.
Por isso, às vezes, parece preferível não saber.
Mas qual o custo da ignorância?.
Se o conhecimento liberta, a ignorância nos faz reféns.
Todavia, a questão que deve ser considerada é: quanta verdade somos capazes de suportar?.
Um doente terminal, por exemplo, tem o direito de saber que está morrendo?.
É justo poupá-lo disso?.
A ignorância não nos poupa do sofrimento em si, apenas da preocupação.
Somos como a criança que se estira no banco traseiro do carro e dorme tranquilamente confiando na destreza de seu pai ao volante.
Alguns, quando despertados, insistem em pedir “mais cinco minutinhos”.
Quando se dão por si, perderam o dia.
E quando menos esperam, lá se foi um ano, uma década, a vida inteira. 
Se ninguém acordar, quem avisará aos demais passageiros da iminência do perigo?.
Quem os preparará para enfrentar os desafios que o futuro reserva?.

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