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Quão frustrante é percebermos que as pessoas à nossa volta estão adormecidas e não logramos despertá-las.
Umas, porque não querem.
Outras, porque não podem.
Estão numa espécie de hibernação existencial.
Passam pela vida, sem nem sequer notar o que ocorre à sua volta.
Sentimo-nos sós na maneira como percebemos a vida.
Será que vale mesmo a pena despertá-los?.
Será que não nos odiarão por causa disso?.
Pergunto-me até que ponto a ignorância pode ser uma bênção.
O conhecimento não traz apenas libertação, mas também muito sofrimento.
Por isso, às vezes, parece preferível não saber.
Mas qual o custo da ignorância?.
Se o conhecimento liberta, a ignorância nos faz reféns.
Todavia, a questão que deve ser considerada é: quanta verdade somos capazes de suportar?.
Um doente terminal, por exemplo, tem o direito de saber que está morrendo?.
É justo poupá-lo disso?.
A ignorância não nos poupa do sofrimento em si, apenas da preocupação.
Somos como a criança que se estira no banco traseiro do carro e dorme tranquilamente confiando na destreza de seu pai ao volante.
Alguns, quando despertados, insistem em pedir “mais cinco minutinhos”.
Quando se dão por si, perderam o dia.
E quando menos esperam, lá se foi um ano, uma década, a vida inteira.
Se ninguém acordar, quem avisará aos demais passageiros da iminência do perigo?.
Quem os preparará para enfrentar os desafios que o futuro reserva?.
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