segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Terremoto na Síria

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Há outros terremotos por trás desses terremotos.
Há outros abalos sísmicos por trás desses abalos sísmicos.
Há outros epicentros das desgraças e dos infortúnios humanos.
Contra a Síria, por exemplo,
há outros terremotos.
Há gente que, chorando e fazendo chorar, continua impondo sanções ao povo sírio, que não tem podido receber ajuda humanitária sequer contra o frio que castiga os desabrigados.
As imagens do tráfego aéreo retrata o desprezo do mundo ocidental e lacrimoso por esse país de planícies férteis na Ásia Ocidental: não há voos sobre a Síria.
O céu de Aleppo está limpo e com previsão de mais fortes pancadas de indiferença e abandono.
Quem mandou a Síria ser anti-Israel?.
Quem mandou, até a eclosão da guerra, a Síria ter acolhido mais de 500 mil palestinos?.
Por outro lado, para as potências ocidentais e para os países do Golfo Pérsico, atacar a Síria pareceu melhor e mais eficaz que atacar diretamente o Irã.
Aí vem o terremoto.
Mas o terremoto é complicado porque atinge não apenas o lado de cá, mas também o lado de lá,
a Turquia, aliada da mais longeva ditadura dos últimos cem anos,
a Arábia Saudita, aliada de primeira hora dos EUA. 
Onde foram parar os 4,6 bilhões de dólares arrecadados pela “taxa terremoto” na Turquia desde 1999 para emergências como essa?.
Essa imagem, que eu mesmo assistir, ao vivo, agora há pouco é um flagrante!.
Não há tráfego aéreo sobre a Síria.
É a imagem do esquecimento.
O mundo, que tem mais o que fazer, anda muito entretido com balões e óvnis.
Há outros abalos sísmicos para aquém e para além desses abalos sísmicos.
E foi nesse mundo, que como um ébrio se equilibra entre as placas tectônicas do repitiliano e do límbico, que esse anjinho da foto resgatado dos escombros dessa e de todas outras tantas tragédias humanas resolveu nascer.

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