sábado, 12 de novembro de 2022

Folhetim para a Gal Costa

.





O nome dela é Gal
e o nosso passou a ser 
saudade, 
vazio.
O país mais frio
sem ela.
A voz cristalina
e bela.
A  fera,
o grito por direitos. 
A exposição dos peitos
nos anos de ditadura.
A alma pura.
As coxas expostas,
nuas, 
da menina atrevida.
As pernas à mostra,
na cadeira invertida
em entrevista desafiadora 
e divertida,
da menina cheia de vida
e de voz,
que não queria deixar o Brasil.
A amiga do Caetano,
da Betânia,
do Milton, 
do Gil,
do João
e de tanto mais gente.
O país sente 
a perda de Gal,
a partida
de quem não queria partir.
E ficamos aqui,
sem voz,
mas com a voz de Gal,
potente,
desde tão menina,
cantando pra gente.
De repente.
É sempre de repente
que se parte da vida.
E a  menina
atrevida 
cumpriu sua sina...
E "você precisa saber da piscina,
da margarina,  da Carolina, da gasolina...",
da Gal mulher,
da Gal menina...

Postagens mais lidas