quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Epitáfio

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A partir de hoje, os Três Poderes da República passam a ser ocupados por autoridades que tiveram carreiras construídas no Rio de Janeiro.
Luiz Fux no Supremo.
Rodrigo Maia na Câmara.
E Jair Bolsonaro na Presidência.
Nada que compense o nosso estado de calamidade, com um histórico de 5 ex-governadores presos;
5 conselheiros do Tribunal de Contas presos;
e desembargadores do Tribunal de Justiça presos ou afastados.
Um currículo desse não se forja apenas com mestrados ou doutorados em vulgaridades e imoralidades.
Um currículo desse se constrói também às custas do descaso,
do desinteresse e do analfabetismo político de gerações de indigentes eleitorais,
tanto nas altas sociedades quanto nas bases das comunidades.
Há os que roubam milhões.
Há os milhões que aceitam migalhas.
Esse ciclo medonho vem desde antes dos nossos tempos de Garotinhos… desde antes dos tempos de Cabral…
Com agravante, hoje, de que a direita e a esquerda já provaram não estar à altura de qualquer operação de resgate ou missão de reconstrução.
Afinal, não se pode encontrar solução nas mesmas cabeças que criaram os problemas.
E não haverá solução enquanto as mazelas do Estado estiverem assentadas sobre milícias de policiais de um lado e ralés de intelectuais de outro.
Seja em Ipanema na Baixada,
não sai de moda a ideia de que ninguém é inocente: nem os políticos, nem os eleitores.
Em 2016, o então juiz Sergio Moro, mandou pra cadeia o outro Sergio: enxergando o Rio refém de uma quadrilha.
Nas palavras de Moro: “uma versão criminosa de governantes ricos e governados pobres”.
Parecia uma sentença, mas era um epitáfio!.

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