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Que personagem,
que figura,
que pessoa.
Nele se acumulam diversas camadas de sabedoria e loucura, empreendedorismo e fracasso.
O homem mais sábio de sua geração, departamentalizou razão e ética.
Devido a Salomão sabemos que mentes privilegiadas podem ser raquíticas em discernimento ético.
Salomão acumulou riquezas,
mas não conseguia sequer administrar os inúmeros casamentos e as tabernas do seu harém lotado de mulheres escravizadas por conveniências políticas.
Salomão também cuidou de levar adiante os planos do pai, Davi e construiu um templo para Deus.
No fim, iludido, imaginou que riqueza não teria fim e edificou palácios para si; exauriu os recursos financeiros de Israel e acabou levando o país a um colapso econômico.
Seu herdeiro precisou subir os impostos e o reino se dividiu para sempre.
Creio que duas lições bastam.
Nossa geração carece de entender que existe diferença entre ética e moralismo.
Vejo o rigor de algumas pessoas em defender textos moralistas enquanto estão cegos para a ética; o pobre continua abandonado e os vulneráveis em perigo.
Há limite para tudo, inclusive para a expansão de grupos religiosos.
Evangélicos se gabam do quanto se tornaram numericamente expressivos e se locupletam com as benesses do poder.
Mal sabem que a próxima geração os detestará.
“Não tenham medo de ser pequenino rebanho, pois a esses Deus dará o seu Reino” [Lc 12.32].