sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Poema sobre a polarização política

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Toda eleição é uma vitória da democracia.
E a boa notícia é que a grande derrotada este ano foi a polarização política.
Repare que no Rio, São Paulo, Belo Horizonte,
outras capitais e na maioria das cidades, os eleitos têm perfil moderado,
eles não têm perfil de extrema direita ou de extrema esquerda.
Mas, juntos, os que ganharam não desenham um rosto nacional capaz de disputar de forma competitiva a corrida presidencial de 2022.
Isso significa que as eleições daqui a dois anos ainda estão configuradas como um confronto entre o bolsonarismo e um adversário sem nome e sem rosto.
Ou seja, as eleições de 2022, por ora, têm a cara do Bolsonaro contra algo parecido com os cabelos do Mandetta,
os olhos do Moro, as orelhas do Doria e o nariz do Luciano Huck… 
mas tudo ainda meio desfocado, muito indefinido.
São eleições domésticas,
eleições para quem quer
arrumar sua casa e seu quintal,
sem ainda preocupações ou ambições nacionais.
A única coisa que se pode afirmar sobre a votação deste 2020 foi que ela representou um freio de arrumação,
uma correção de rumo, naquela votação de 2018.
Mas nada hoje serve para atestar ou comprovar o que vai acontecer em 2022. O que pode acontecer em 2022 é tão incerto quanto a vida e tão incerto quanto a morte.
E, em se tratando de vida ou de morte, é sempre melhor não precipitar nada.

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