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Pessoas que, em março, abril e maio,
se negavam a acreditar na letalidade da Covid-19 hoje se negam a acreditar na validade da vacina.
Pararam de alegar que a zyka, a dengue ou o câncer matam muito mais,
porém, passaram a duvidar que a vacinação em massa seja confiável.
Toda essa má vontade com a ciência, com a saúde pública e com os protocolos sanitários tem origem no festival que se vê na gestão da crise do coronavírus, desde o início do ano.
Por descaso ou ignorância, nos faltaram aqui lideranças capazes de tomar decisões à altura da gravidade que se anunciava em alertas globais.
Nos faltaram lideranças capazes de fechar os aeroportos,
bloquear as praias,
cancelar o carnaval…
imobilizar o país e mobilizar a consciência de todos.
Para quem sobreviveu, ainda há tempo de o poder público fazer cumprir as leis, impor barreiras rigorosas,
intensificar medidas de restrição e jogar duchas frias nas zonas quentes de Covid.
Carente de autoridades competentes e responsáveis,
mas não de informações eficientes e necessárias,
o Brasil ficou vulnerável a uma carnificina que poderia ter sido evitada.
A reboque de tudo, veio o repique do pior.
Repare que só de setembro para cá quantos conhecidos nós agora contabilizamos com coronavírus, quantos adoecera,
quantos morreram,
quantos mais vão morrer depois de dias entubados,
dias internados,
dias perdidos,
vidas perdidas sem despedidas.
Cuide-se e vacine-se.
Senão por amor próprio,
pelo menos por amor ao próximo.