segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Brumadinho

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Há quem afirme que viemos do barro...
Talvez ninguém imaginasse que voltaríamos à lama por duas vezes nas cidades de Brumadinho e Mariana...
Parecia tudo tão "arrumadinho", mas o raio da barragem caiu no mesmo lugar, duas vezes...
No mesmo estado de Minas Gerais:
estado de choque...
Do alto do escritório climatizado ninguém protegeu a vida
(isso não dá ibope), por isso há quem diga
que agora a natureza revida.
O dinheiro fala mais alto seja nas grandes empresas ou no Palácio do Planalto.
No meio da tragédia, a preocupação foi a nova cirurgia do presidente.
No país do jeitinho não há mais o que dê jeito
na barragem de rejeitos.
Porém, uma outra barragem parece que não se rompe: a barragem dos rejeitados...
Barragem de quem traz na bagagem a barra de ser barrado no dia a dia, sendo apenas números, dados abandonados pela economia.
Seguem como joões-de-barro buscando inutilmente suas casas
dentro do barro do esquecimento, dentro do vale de lama...
Vale de vida, vale Mariana, vale que derrama sobre Brumadinho, sobre Mariana.
Vale a surpresa, vale a represa que se foi embora, sobre Brumadinho, sobre Mariana.
Cada Brumadinho, cada Mariana, mata um pouquinho cada pedacinho, cada esperança que se foi nesse vale de lama.

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