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Atualmente, tem-se a pretensão de que a mulher é respeitada.
De que elas são tratadas com grande atenção e profunda deferência.
Alguns dão o lugar em filas ou em meios de transportes, outros certificam o direito de exercer todas as funções na indústria e nas sociedades capitalistas.
Mas a opinião que têm delas é sempre a mesma: Um sexo frágil e um instrumento de prazer.
E elas sabem muito bem disso.
É como se houvesse uma escravidão imposta que tire toda a liberdade de ser uma mulher na sociedade, para fazer delas um despojo de deleites experimentados.
Os homens não querem cessar de desejar usufruir o trabalho forçado de outrem e considerar semelhante coisa como um pecado ou vergonha.
Eles eliminam a forma exterior da sujeição e depois imaginam, aconselha-se de que a sujeição está abolida mas não vêem,
não querem ver que ela continua a existir porque as pessoas procedem sempre de maneira idêntica e consideram bom e imparcial aproveitar o trabalho alheio.
E desde que isso é julgado, torna-se inveitável que apareçam homens mais fortes dispostos a passar à ação.
A sujeição da mulher reside unicamente no fato de os homens desejarem como instrumento de prazer.
Para o sistema social as mulheres eram privadas de quaisquer direitos.
Com efeito, estavam até pior do que se fossem escravas, pois os homens,
não só lhes exigiam obediência, como também queriam o seu afecto.
Hoje em dia, concedem-lhe todos os direitos iguais aos do homem,
mas continua-se a considerá-la como um instrumento de prazer.
Esse pensamento machista ensina a educá-la nesse sentido desde a infância e por meio da opinião pública.
Por isso ela continua uma escrava, humilhada, pervertida.
E o homem mantém-se um corruptor possuidor de mulheres acorrentadas.