terça-feira, 2 de novembro de 2021

Poema sobre o dia dos finados

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Hoje se comemora no Brasil o dia de finados.
Dia de honrar a memória dos que partiram, decorando seus túmulos com flores.
A despeito da postura que adotemos,
o fato inconteste é que a morte é a única certeza que temos.
Independentemente de nosso credo, posição social, etnia, orientação sexual, todos, sem exceção, temos um destino comum: a morte.
Por mais que a gente tente driblá-la ou adiá-la, mais cedo ou mais tarde ela vem. Gostemos ou não, morrer faz parte do ciclo natural da vida.
Portanto, resta-nos a resiliência e a esperança de que a morte não seja um adeus, mas apenas um até logo.
Porém, como ser resiliente diante de uma morte que poderia ter sido evitada?.
Como aceitar passivamente que mais de seiscentos mil brasileiros, 5 milhões em todo o mundo, tenham tido sua vida e sonhos interrompidos por uma vírus que poderia ter sido combatido com a devida seriedade?.
O sangue de mais de seiscentos mil mortos está clamando por justiça,
e denunciando ante o tribunal divino o descaso daqueles que poderiam ter evitado a tragédia, mas não o fizeram.
Pior do que canonizar a morte é se atrever a canonizar quem facilita o seu trabalho. 
O sangue dos que partiram prematuramente está clamando diante de Deus. 
A CPI pode não dar em nada.
O ministério público pode se negar a denunciar o governo.
O STF pode fazer vista grossa.
Mas não escaparão da justiça divina. 
Não foi somente o sangue de Abel que clamou diante de Deus por justiça.
A contribuição que sua vida representou durante sua estada neste mundo não perdeu a eloquência, mas segue ecoando ao longo de infindáveis gerações.
A melhor homenagem que podemos fazer aos que partiram, seja pela COVID ou por qualquer outro fator, é ecoar e amplificar a vida que tiveram entre nós, relembrando e aprendendo com seus erros e acertos.
Portanto, não deixemos que suas vozes se calem e que suas vidas sejam relegadas ao esquecimento.
Sigamos amando-os e trabalhando pela manutenção de sua memória e de seu legado.
Que sejamos, por assim dizer, extensão de sua existência.
Celebremos a vida de quem está entre nós e a memória de quem seguirá vivendo em nossos corações.

Poema sobre o amor nos tempos de pandemia

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A situação por que passamos, a inteira humanidade, em conjunto, com o intenso e longo isolamento social recente,
nos provoca e permite, simultaneamente, nos voltarmos para dentro de nós mesmos.
Estamos redescobrindo a força do coletivo, em um mundo então centrado nos indivíduos.
Mas, importante nunca esquecer que todo coletivo é formado por indivíduos.
O vírus ataca individualmente, mas este se multiplica no coletivo numa fração de tempo, por isto o imprescindível isolamento.
Mas se a pandemia fosse de amor e empatia?.
Um pouco de cada um pode ser muito potente.
E como seria esta tal pandemia?.
Seria um sentimento como o disseminado no Natal, época em que sensações agradáveis tomam conta,
o olhar diante do outro é de compreensão, se esbanja amor, cooperação, solidariedade.
Parece que as mãos se unem para ajudar o próximo.
Uma pandemia de amor e empatia talvez seria assim.
Ultrapassar as barreiras do próprio mundo e olhar com compreensão e compaixão outros também.
Esta pandemia do Coronavírus tem seu lado, de certa forma idealista,
por nos permitir olhar para nós mesmos, para a família, para as pessoas conosco, para o nosso redor,
para nossas relações, para nosso íntimo.
Ao nos isolar nos permitiu o tempo da reflexão, de olhar para o redor e neste momento começou o contágio positivo.
A pandemia do amor é a mudança do olhar e do tempo.
É o olhar para dentro para entornar-se para fora.
É ter os efeitos do vírus de amor impregnado na vida das pessoas.
É sermos a causa do vírus, a reação que ele pode causar e nunca ser assintomático.
Temos que manifestar todos os sintomas do amor para poder pôr em liberdade os que estão sendo oprimidos, e acabar com todo tipo de escravidão.
Temos que repartir a nossa comida com os famintos.
Temos que vestir não somente roupas aos que não tem, mas vestir também de respeito, de carinho, de ternura.
É mudar este olhar negativo, pandêmico e polarizado, que estamos carregando conosco atualmente, para podemos esperançar, enxergando o amor presente em nosso dia a dia, para nos contaminar com ele e sair contagiando a todo nosso redor.

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