sábado, 25 de julho de 2020

Poema sobre intervenção militar

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Pediram tanto a intervenção dos militares que parece que ela já está acontecendo; felizmente, não contra a democracia,
mas a favor de uma espécie de freio de arrumação.
Alguns sinais são latentes,
outros são velados.
Os principais sinais latentes são o protagonismo, a visibilidade e a desenvoltura do vice-presidente Hamilton Mourão.
Ele vem ocupando espaços cada vez mais estratégicos e legítimos no noticiário.
Mourão cobra pedido de desculpas do Gilmar Mendes às Forças Armadas.
Mourão apoia discussão no Congresso de imposto polêmico na reforma tributária.
Mourão reúne investidores estrangeiros para tratar de meio ambiente e Fundo Amazônia.
Entre os sinais velados, um deles é a transferência do general Luiz Eduardo Ramos para a reserva.
Secretário de Governo, homem de confiança do presidente e amigo pessoal do “Jair”,
Ramos finalmente atendeu aos apelos e pressões dos colegas de farda.
Segundo levantamento do TCU,
o número de militares quase dobrou de 2019 para 2020.
Hoje eles são mais de 6 mil em vários cargos comissionados.
A presença de militares no governo não deveria ser um problema ou um constrangimento,
nem para as Forças Armadas nem para a sociedade.
Afinal, numa democracia todas as forças são bem-vindas.
A presença de militares no governo só seria um problema ou um constrangimento se a Constituição e a democracia não fossem bem-vindas.
Importante, para a Constituição e para a democracia, é que os generais e comandantes militares já dão demonstrações de que fizeram a escolha certa: em vez de perigosamente ser parte da estratégia de alguém,
eles decidiram simplesmente ter uma estratégia própria.

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