terça-feira, 1 de setembro de 2020

Analfabetismo opcional

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Não tem como não culpar grande parte dos eleitores pela sucessão de governadores que tomam de assalto o Rio de Janeiro.
Esse é um país onde novela e futebol detêm mais atenção e promove mais discussão do que os atores ou os jogadores engravatados nos gabinetes de Brasília e do Rio.
Eu também gosto de novela quando é boa e gosto de futebol mesmo quando é ruim.
Mas é possível ver a novela e assistir ao futebol sem ser negligente por vocação ou cúmplice por omissão.
O que acontece na política  em Brasília em geral e no Rio em particular, é obra e graça e desgraça de quem acha que “é assim mesmo”, que “todo mundo faz”, que “eles não vão mudar”…
É claro que eles não vão mudar se os eleitores não mudarem, e não mudarem com eles.
A gente já teve a chance de votar em grandes mulheres e grandes homens.
Mulheres e homens que foram rejeitados porque, no Brasil, os eleitores acham que candidato tem que ser quase tão famoso como Jesus Cristo, mesmo que o sujeito não passe de um Judas pedindo voto.
Tem sim em quem votar!.
O que não tem é ninguém empenhado em vigiar as páginas de política com a mesma dedicação e disposição com que devoram as páginas de esportes e as colunas de fofoca.
Os políticos sabem disso, vivem disso,
se alimentam disso e se aproveitam disso.
Os políticos se aproveitam de eleitores que não se importam com política.
E quem paga são aqueles que se importam!.
Não se trata aqui de um analfabetismo político ou funcional.
Se trata de um analfabetismo opcional.
Aquele em que a pessoa “escolhe” se omitir.


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