quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Poema sobre a ceia da prostituição

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Quantas mulheres se mantém casadas, não por amor a seus respectivos maridos, mas por conveniência?.
Algumas chegam a usar o sexo como moeda para extorquir seus cônjuges.
Não seria isso um tipo de prostituição?.
E quanto àqueles que mantêm um matrimônio de aparência para não perderem a credibilidade de seus ministérios?.
Sem amor, não há casamento.
Ainda que tenham se casado no civil e no religioso.
Ainda que tenham construído juntos um patrimônio significativo.
Se falta amor, não sobra nada. 
Apesar disso, não posso comungar da ideia de que aquelas moças fazem seja correto.
Simplesmente, não as julgo.
Não me considero melhor do que elas.
Contudo, posso alertá-las para a nocividade do estilo de vida que escolheram.
Posso olha-las com empatia e compaixão, sem com isso endossar a exploração de que são vítimas.
Ainda que responsáveis por suas escolhas, permanecem vítimas de uma sociedade hipócrita, que ama a prostituição, mas odeia as prostitutas, que as usa e depois as descarta e apedreja.
Seus corpos são expostos no mercado do sexo, prometendo atender aos desejos mais pervertidos de seus clientes.
Da profissional do sexo que desfila na esquina à prostituta de luxo oferecida por agências de modelo de fachada, todas oferecem os seus corpos.
Algumas entram para o ramo da prostituição para garantir a manutenção do vício, e quando se dão por si, estão usando drogas para suportar a crescente demanda psicológica da prostituição, e assim, o ciclo se retroalimenta.
Prostituir-se para poder se drogar, drogar-se para poder se prostituir. 
Apesar de tudo isso, a maioria delas insiste na prostituição por falar-lhe alternativas viáveis para se manter.
É fácil julgá-las, mas há razões que as tornam reféns dessa atividade.
Dentre elas, a falta de qualificação profissional, a dependência de drogas ou álcool, coação por parte de um cafetão, dívidas e antecedentes criminais. Algumas, mesmo tendo alguma qualificação profissional, incluindo formação acadêmica, se entregam à prostituição por alguma das outras razões alistadas acima.
Uma mulher com antecedentes criminais, por exemplo, dificilmente conseguirá um emprego formal. 
No Brasil, a prostituição não é considerada uma atividade ilegal.
Entretanto, o incentivo à prostituição, bem como a contratação de mulheres para atuarem como prostitutas é crime, passível de prisão.
Portanto, a cafetinagem segue sendo uma atividade criminosa.
Hoje é cada vez mais comum garotas e garotos de programa trabalharem por conta própria, sem estarem presos a um cafetão.
Boa parte dos turistas que visitam cidades vem atraída por imagens sensuais, principalmente exibidas durante o Carnaval. 
A prostituição também é responsável direto pelo tráfico sexual, que não passa de uma forma de escravidão moderna.
O tráfico de seres humanos, além de uma violação dos direitos humanos, é um crime lucrativo.
Trata-se do terceiro crime mais lucrativo do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas. 
A prostituição não é a profissão mais antiga do mundo.
Na Suméria surgiram as primeiras leis que distinguiam as mulheres boas das mulheres más, reforçando assim o estigma que as prostitutas já carregavam por séculos.
Mais tarde, porém, em civilizações como a egípcia e a grega, as prostitutas alcançaram o status de sacerdotisas sagradas, sendo honradas como representantes das divindades e presenteadas em troca de favores sexuais.
Já na cultura judaica, a prostituição era severamente combatida.
De acordo com as leis mosaicas, as prostitutas deveriam ser apedrejadas até a morte.
Não obstante a isso, há episódios em que as Escrituras revelam certa tolerância para com as prostitutas, como no caso em que Josué poupou a vida de Raabe, a prostituta que acolheu os espias durante a tomada de Jericó. 
Antes da revolução sexual, era comum um chefe de família frequentar bordéis, para receber de prostitutas aquilo que o recato não permitia que recebesse de sua esposa.
Igualmente comum era a prática de levar os filhos para serem iniciados por prostitutas.
A melhor maneira de se combater a prostituição não é apontando o dedo e condenando quem se prostitui.
Em vez disso, deveríamos combater o que leva tanto mulheres quanto homens a alugar seus corpos no mercado do sexo.
Não se combate o mal atirando pedras em seus frutos, mas atacando suas raízes.
Uma sociedade mais justa e igualitária, certamente resultaria em menos mãos-de-obra para a prostituição.
Uma sociedade em que mulheres fossem tratadas com mais dignidade, certamente inibiria a enorme quantidade de meninas que são aliciadas por cafetões ignóbeis e ambiciosos. 
Se no Antigo Testamento, a Lei de Moisés proíbe que se tragam ofertas advindas da prostituição ao santuário, no Novo Testamento flagramos Jesus recebendo de uma prostituta uma oferta em forma de perfume que lhe custou um ano inteiro de prostituição.
Por isso, meretrizes precederão no reino porque é mais fácil levá-las à consciência de seu estado de carência da graça do que convencer a um hipócrita e preconceituoso do quão perdido está.
Nos braços de uma meretriz é possível encontrar mais compaixão do que no dedo desprovido de amor.
Se quisermos alcançá-las, deixemos de usá-las para despejar nossa libido e passemos a amá-las como Jesus as amou.
Enquanto a sociedade ama a prostituição, mas odeia as prostitutas, Deus amam as prostitutas, mas odeia a prostituição.
Por ser amor, Ele não consegue evitar amá-las.
E por isso mesmo, não pode endossar seu estilo de vida, visto que lhe traga tanto mal e sofrimento.

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