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A polarização não é voto obrigatório.
A polarização se impõe com o pressuposto de que "ninguém presta".
Mas a ideia de que “ninguém presta” em geral vem de quem se acha acima do Bem e do Mal.
O problema é que quem se acha acima do Bem e do Mal, muitas vezes, é mais perigoso do que a ideia de que “ninguém presta”.
A ideia de que “ninguém presta” só presta para os interessados na polarização.
Claro que as pessoas podem votar no Lula ou podem votar no Bolsonaro,
se preferirem; as pessoas só não devem se sentir forçadas a votar “contra” o Lula ou forçadas a votar “contra” o Bolsonaro.
A ideia de democracia é dar o direito de votar, e não de vetar.
Votar é apostar numa esperança.
Vetar é a rendição a um desespero.
Ninguém é obrigado a votar contra a sua vontade apenas para tentar vetar a vontade do outro.
Ninguém precisa entrar e sair de eleições sendo obrigado a votar no menos ruim a fim de vetar o pior.
Dê-se ao direito de cometer erros novos e de não atestar e endossar erros velhos, erros dos outros.