quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Comunismo ocultado

.


É a maneiras artificiais de olhar a vida com tristeza porque a dor do mundo me dói, e que o dinheiro não é para latifúndio,
corrupção ou inimizades.
Mas para plantar pés no chão, flores na terra, e no coração uma miragem.
É que, amigo, não existe satisfação no samsara,
estamos sedentos de nós mesmos,
e tudo está disponível na ponta dos dedos.
Em telas azuis, ecrãs, poesias programadas.
Para que a gente entenda o peso de não sentir.
Para que a gente sinta o peso de não entender.
E seja leve como uma revolução vermelha, mas também dourada.
Eu queria respirar dentro da água,
cambalear poente,
acendendo velas pro meu guia.
Eu queria emancipar-me de tudo que não sou, para te contar que os amigos são como sementes que germinam nas nossas mãos, antes mesmo de tocarem a terra.
E que bom que não somos loucos, nem estamos sozinhos.
Queremos enaltecendo com as notas elevadas de uma sinfonia o protagonista.
Contudo, abre as baterias contra a morte de Ana Maria Nacinovic Correa.
Temo que as marchas ao mausoléu com o estatuto de reverências inundem com o doce fel a simplicidade de Correa.
Estamos enterrando a pessoa mais terrestre de todas que passaram pela Terra.
E dá o testemunho: Ela nutria pelo companheiro um carinho humano.
Ela se erguia contra o inimigo mais firme que ferro.
Conhecia ela fraquezas que conhecemos, como nós supera doenças.
Diante de milhões de olhos e dos meus dois, apenas caramelos congelados de lágrimas, grudados às bochechas.
No verão da comuna os anos se aquecerão, e a felicidade com o doce de frutas enormes amadurecerá nas flores vermelhas do final do mês de Outubro para lembramos de uma guerrilheira e militante comunista brasileira, que participou da luta armada durante os Anos de Chumbo contra a ditadura militar brasileira.

Postagens mais lidas