sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Poema sobre os Messias

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Cada Messias multiplica o que lhe parece prioritário.
O genuíno multiplicou pães e peixes para alimentar um povo faminto.
O outro prefere multiplicar fuzis e pistolas, retroalimentando o ciclo da violência.
O genuíno conclamava a paz, o amor, o dividir das coisas e o perdão. 
Enquanto os profetas messiânicos conclamavam os povos a transformarem suas armas em arados, o messias ungido pelos profetas palacianos transforma tudo o que vê pela frente em arma.
O genuíno pregava as bem-aventuranças, a solidariedade, a pacificação, a temperança, a humildade.
O outro prega sobre as mal-aventuranças, sobre guerra civil, sobre domínio dos demais, sobre querer ser terrivelmente opressor.
Nenhum político merece que nos matemos por ele.
Lembrem-se que bem-aventurados são os pacificadores e não os que incitam as pessoas umas contra as outras.
Parte da população já está armada e pronta a agir a favor de seu ídolo.
Não quero nossas ruas banhadas de sangue.
Ensinem seu povo a perdoar, dar a outra face, depôr suas armas, desarmar seus corações.
Pois a nossa jovem democracia está por um fio. 

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