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Milhões de brasileiros precisam parar de ver a corrupção como coisa normal e aceitável.
Milhões de brasileiros parecem não mais se dar conta do peso,
da carga e da praga que é a corrupção.
Parecem não se dar conta de que a corrupção só não é um crime hediondo no Código Penal.
Quando alguém desvia verbas da saúde, está roubando os hospitais; está desviando dinheiro de pessoas doentes, que precisam de medicamentos, internações e cirurgia;
pessoas que estão lutando para viver, lutando contra a morte.
Quando alguém paga propina com recursos da educação,
está roubando das escolas,
está desviando dinheiro de crianças carentes, que precisam de ajuda,
material e principalmente merenda; crianças que fazem nos colégios a sua melhor ou a sua única refeição.
Quando alguém recebe suborno tirado dos orçamentos da Fundação Leão XIII, por exemplo,
está roubando dos programas de assistência social, está desviando dinheiro dos mais miseráveis, dos moradores de rua, que precisam de teto, abrigo e principalmente de alimento,
de comida; uma gente que depende de ações solidárias e humanitárias.
Enfim, diante da corrupção,
não se pode aceitar, nem banalizar,
a impunidade.
A corrupção e a impunidade são tão repugnantes que até um poeta tem que ter lado.
Caso contrário, eu mesmo estaria roubando o tempo e a confiança de vocês.