sexta-feira, 3 de junho de 2022

Não sou líder de nada

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Definitivamente, não tenho a menor vocação para ser líder.
Muito menos, chefe.
Não nasci para ser seguido,
nem tampouco para dar ordens.
Custei a entender isso.
Fui convencido desde criança que esta era a minha sina.
Por algum tempo, acreditei piamente nisso.
Porém, à medida que me aprofundo não proposta revolucionária de Jesus, me dou conta de que este jamais foi seu propósito.
Pelo contrário, ele disse que entre os seus discípulos seria diferente.
Não haveria lugar para disputa de poder.
O maior seria o menor.
O último seria o primeiro. 
Por isso, hoje prefiro ser acompanhado a ser seguido,
prefiro colaborar a dar ordens,
prefiro inspirar a exercer controle.
Abrir mão do controle não é nada fácil, principalmente quando percebemos o quanto ele é cobiçado. Sempre há quem se candidate a assumir um trono deixado vago.
Sempre há quem se ache mais preparado a assumir o timão.
Sinto pena de quem se disponha a gastar sua vida na busca desenfreada por autoafirmação.
No reino de Deus não há tronos a serem ocupados, nem posições a serem defendidas com unhas e dentes.
O reino de Deus é um reino de amigos.
No lugar de controle, cuidado.
No lugar de autoridade, serviço.
Em vez de discursos que nos assegurem o poder, mensagens que estimulem o amor, a partilha, o perdão.
Nisso encontro o sentido da minha existência.
Quem quiser um líder para chamar de seu, basta olhar ao redor para encontrar quem melhor se encaixe em suas fantasias.
Quem quiser um amigo, um companheiro de jornada, um irmão, espero que o encontre em mim.
No mais, não pretendo ter a última palavra em nada, nem mesmo neste assunto.
Contento-me a encorajar a reflexão,
a autonomia de pensamento.
Acho que finalmente a maturidade parece ter chegado.

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