quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Poema sobre o racismo estrutural

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A Gêneses do Brasil é racista,  basta olhar os efeitos do contato entre os europeus e os nativos.
A nossa história começa e se desenvolve apoiada nos mecanismos de inferiorização,
subjugação, exploração e assassinato dos considerados racialmente interiores.
Não, as tribos nativas não viviam no mundo de Alice, tinham seus problemas locais, guerreavam entre si, faziam seus prisioneiros,
mas não faziam da aniquilação da humanidade do outro, o seu principal projeto de existência e ascensão.
Aprisionar, explorar e matar não era o respirar daquelas tribos, não se tratava de uma indústria,
como o era para o bom homem branco europeu.
Algumas pessoas estão dizendo que está chato viver hoje no Brasil,
dizem que agora tudo é racismo,
que o politicamente correto estragou tudo,
é lamentável ouvir isso, pois sempre foi chato viver no Brasil para aqueles e aquelas que não possuem na pela a marca do colonizador.
Negros e nativos são,
desde sempre, elementos prescindiveis, descartáveis e invisíveis enquanto seres humanos,
mas bem reais enquanto massa de exploração.
Massa essa que deve ser controlada pelo uso da força excessiva, que é amparada pelas leis criadas, fiscalizadas e executadas pelo Estado.

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