sábado, 10 de abril de 2021

Poema sobre os equívocos

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Não estamos vivendo um mês de Abril fácil.
Aliás, não estamos vivendo um ano bom.
E além disso, faz quase um ano que tudo tem sido muito difícil.
Ontem, sozinho em algumas ruas da minha cidade, refleti muito sobre vida e morte, compaixão e afetos.
A pergunta que me fiz era: por que, mesmo em meio ao luto, alguém expressa seu ódio?.
Alguém demostra sua irá, sua raiva?.
Que desespero é este que não respeita o túmulo?.
Que descontrole é este que não considera o luto?.
Pensei bastante e entendi  que cada um só pode ver e sentir dentro do seu limite.
Cada um terá a sua dor no tempo necessário.
As transformações não podem ser impostas.
Cada um precisa querer mudar.
Se a minha dor vai me desafiar ao crescimento ou me tornar uma pessoa amarga e agressiva é, sempre, uma decisão pessoal.
Eu não posso impor o que eu quero para todos.
A raiva pode ser uma doença contagiosa.
Você tem direito a sua dor política,
a sua dor existencial, a sua dor social.
Ela é sua para ser superada ou transferida para mim, ou para quem morre, ou para qualquer foco que sirva de analgésico para você.
Somos todos crianças perdidas, chorando na nossa solidão.
No entanto, farei sempre o que acho melhor, buscarei melhorar meu caráter, refletirei sobre meus muitos equívocos e buscarei a liberdade dos sábios.
Estou longe da sabedoria; todavia ontem, madrugada de sexta, entendi que somos livres sempre, especialmente quando erramos.
E, se é importante para você, poste sua solidariedade ou o seu ódio como sinais enviados a partir dos receptores sensoriais.
Fora da caverna o sol é forte e as sombras dentro dela são familiares e aconchegantes.
Eu sou livre.
Você é livre.
A vida sempre segue. 
Estou só começando.
Comecem também!.

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