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Depois de desembarcar no Brasil mais cedo do que esperávamos,
o coronavírus só vai embora mais tarde do que desejamos.
A segunda onda chegou sem pedir licença,
antes mesmo de a primeira onda ter acabado.
Curioso é que grande parte da culpa não é só do vírus;
é também nossa.
Nossa porque ser desumano também é um vírus mais fatal, quanto o próprio coronavírus.
Espantoso como nem uma desgraça é capaz de melhorar os seres humanos. Não aprendemos nada com as guerras, as revoluções,
as escravidões,
os genocídios,
os extermínios e os holocaustos.
Seguem frequentes nas ruas as brigas e as confusões envolvendo máscaras, cloroquina e quarentena.
A pandemia virou plebiscito.
São cada vez maiores os abusos, absurdos e excessos de pessoas dispostas a criar suas próprias leis,
suas próprias regras,
e adaptá-las às suas próprias vontades, verdades ou mentiras.
Parece difícil a essa gente entender que, pelo bem de todos,
uma pessoa não pode escolher somente o bem dela,
principalmente quando o que ela acredita ser o bem dela é errado para o bem todos.
Não para todo mundo,
mas para quem podia e ainda pode,
o isolamento social deveria ser entendido como um ato de amor pelo outro e pela própria vida;
em vez de ser combatido até hoje por quem despreza o próximo,
ou despreza a si mesmo.