terça-feira, 22 de março de 2022

Poema sobre um mundo doente

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Não tenho dúvida de que estamos vivendo numa distopia.
As provas estão aí.
A mais recente é a inusitada condecoração recebida por Bolsonaro das mãos do ministro da justiça Anderson Torres.
A medalha do mérito indigenista é uma honraria concedida a personalidades que se destacam por trabalhos que protejam e promovam os povos indígenas brasileiros. Bolsonaro já disse que “indígena é pobre coitado” e se lamentou de o Brasil não ter dizimado as populações originárias como tão bem fizeram os EUA.
Ele também já disse os índios em reserva são como animais num zoológico.
Como se não bastassem tais insultos, Bolsonaro defende a exploração do minério em terras demarcadas, já tendo sido denunciado duas vezes pela Articulação dos Povos Indígenas no Brasil por sua “política anti-indígenista”.
Uma das ações mais perversas do seu desgoverno foi permitir que o agronegócio tomasse conta da Funai, numa tentativa de acabar com as políticas indigenistas previstas na Constituição Federal.
“No que depender de mim”, disse o presidente, “índio não terá um centímetro quadrado demarcado".
Então, qual o sentido de condecorar quem luta o tempo todo contra a causa indígena?.
Sob o seu governo, as terras indígenas ficaram à mercê da grilagem.
Enquanto isso, houve um aumento de 27.000% no desmatamento ilegal.
À luz disso, só nos resta considerar um acinte, um verdadeiro escárnio aos povos indígenas, tanto a medalha quanto o cocar recebido por Bolsonaro.
A quem estão querendo enganar?.

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