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Na última semana um pastor estreou a primeira igreja brasileira no metatarso com um culto composto por 150 avatares.
A nova realidade, que pode virar uma febre no meio religioso,
trará, também, uma infinidade de problemas.
O metaverso, como se sabe,
é um ambiente tecnológico que combina, a princípio, realidade aumentada, realidade virtual e internet.
Nele já é possível você criar o seu avatar e passar, a partir dele,
a ter sua vida numa versão digital,
o que lhe permite, por exemplo,
ir a shows, fazer viagens, se relacionar com pessoas,
fazer compras e, agora, ir a “igreja”!.
Diante da possibilidade, enumero a seguir alguns dos problemas que tal iniciativa irá criar a igreja no metaverso vai dissensibilizar,
ainda mais as pessoas, quanto às necessidades e dores humanas,
o pobre,
o órfão,
a viúva,
o viciado na rua,
a travesti na esquina,
o doente no hospital,
o preso,
grupos que hoje são considerados invisíveis sociais estarão ainda mais encobertos, apartados da dimensão do mundo virtual, eles agonizarão sem ter quem os acolha e ajude.
A fé em Jesus é, antes de tudo,
um chamado para que o indivíduo se enxergue, um desafio para que ele se arrependa de quem se tornou e busque, pelo poder do Espírito,
a Nova Criação que está em Cristo.
No metaverso, todavia, as pessoas podem escolher ser justamente quem não são, sobretudo, para que possam ser aceitas na comunidade,
é o ambiente perfeito para o disfarce, para a vida camuflada, para a assunção do personagem,
um “armário digital” capaz de abrigar, indefinidamente, quem quer que sejam
Segundo Paulo, os dons do Espírito Santo foram repartidos com a igreja para o serviço e edificação dos santos, ou seja, é na vida real,
onde as trocas relacionais revelam as necessidades de cada pessoa,
que os dons podem ser melhor empregados, com vistas a cumprir a dimensão dos “uns aos outros” tão presente no Novo Testamento.
Ora, num ambiente virtual isso se torna impossível, não só pelas restrições físicas, como também pela impessoalidade das trocas entre as pessoas.