sábado, 16 de outubro de 2021

Poema sobre a tranquilidade da alma

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Herói é quem escapa da violência e da matança diária pelo simples fato de ser diferente, são os que se insurgem contra a piedade dos perversos.
Herói é quem tenta propor leis mais justas, espaços mais igualitário,
quem faz passeata no cotidiano da vida não na Paulista andando de cabeça erguida e peito aberto.
Há gente de todo tipo, ninguém pode ser excluído porque gosta de gente doída, gente perdida,
gente caída,
gente excluída,
gente que não se achava gente,
gente que perdeu a referência do que era ser gente,
gente que ignorava outra gente,
gente de todo tipo e gente de toda gente.
É preciso gostar de gente, pois nós somos incapazes de entender que é justamente essa gente que a gente não gosta, que quer ser fazer gente que é muito, mais muito melhor do que a gente é.
Portanto é preciso considerar todos aqueles que nós amamos,
todos aqueles que nós conhecemos, todos de quem a gente já ouviu falar, todos os seres humanos que já existiram,
todos que já viveram suas vidas.
A totalidade de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas,
todos os caçadores e saqueadores, todos os heróis e covardes,
cada criador e destruidor de civilizações, cada rei e plebeu,
cada jovem casal apaixonado,
cada mãe e cada pai,
cada criança esperançosa,
cada inventor e cada explorador,
cada professor de moralidade,
cada político corrupto,
cada superstar,
cada líder supremo,
cada santo e cada pecador na história da nossa espécie vive nesse grão de poeira suspenso num raio de sol.
Há um rio de sangue derramado por todos os generais e imperadores para que, entre glória e triunfo, eles pudessem ser mestres momentâneos de uma fração do ponto.
Pense nas infinitas crueldades cometidas pelos habitantes de um canto.
Pense em quão frequentes foram os desentendimentos deles, em quão sedentos eles estavam para matar uns aos outros, em seus ódios fervorosos.

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