quarta-feira, 13 de abril de 2011

constelação


.


Vejo o dia amanhecer,
sem ter você,
aqui comigo.
Foi o abandono do sono,
a saudade descontrolada,
a vontade ansiosa,
pra te encontrar,
e não querer se contentar,
com um mero sonho.
Fico tonto,
como cego em labirinto,
como matemática sem lógica,
ou canção sem melodia.
É uma sinfonia sem acordes,
que em meu peito,
só você saber tocar.
É uma bebida forte,
que em minha pele,
só você sabe apreciar.
Pois, na madrugada,
cada estrela,
tinha seu brilho,
cada constelação,
tinha teu nome,
e no horizonte,
o sol conta.

Olhos Puros


.

O que escrever,
pra te ver,
com os olhos puros?
Só sinto a dor no peito,
a vista nublada,
a cabeça inchada,
por não ouvir,
meus pensamentos.
O amor se rendeu,
às tuas necessidades.
E nessa escolha,
fiquei perdido,
num caminho sem volta.
O mais precioso,
perdeu o valor,
em tuas mãos.
O mais divino,
se tornou pecado,
em tuas noites.
E eu,
que era teu,
me tornei fantasma,
em tua memória.
E qual foi meu erro?
Tento guardar o desespero,
nas brincadeiras sem graça,
nos filmes sem movimento,
e nas canções caladas.
E meu olhar,
é incapaz de encontrar,
a lógica de como,
você diz,
me amar.

teus olhos tristes


.

Te vejo entre frestas,
observando meus passos,
querendo estar perto,
mas fica calada,
desdenhando,
o que é teu,
e valorizando,
o que é secundário.
Te vejo com piedade,
por negar o coração,
e se entregar à vaidade,
sendo negligente,
com seus sentimentos,
e incoerente,
com seus desejos.
Deixou o medo,
ser teu guia.
E agora, a nostalgia,
será sempre,
tua companheira.
Não posso fazer mais nada,
se escolheu essa estrada,
de aparência bela,
mas de frágil estrutura.
Meus ecos,
ficarão em teu inconsciente,
como um presente,
que nenhum metal,
poderá te dar.
E vou sobreviver,
mesmo que,
teus olhos tristes,
me acompanhem,
como lua cega,
e tua voz,
não possa mais,
me chamar.

Contorno negro


.


Não sei mais,
o que fazer,
pra você,
compreender,
o que somos.
Melhor virar as costas,
fechar a porta,
e seguir sozinho.
Reconstruir minha alma,
com as sobras do caminho,
apagar as chamas,
do teu destino,
que ainda ardem,
em mim.
Em tua mudez,
encontro o silêncio,
que me mutila,
que abre uma ferida,
que não tem cura.
E na minha entrega pura,
me contaminei,
pelo medo de te perder.
Então, me tornei resto,
de partes distantes,
e contorno negro,
procurando respostas,
pra que as sobras,
sejam mais,
do que meras sombras,
perante o sol.

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