quinta-feira, 27 de maio de 2021

Poema sobre o vírus do fanatismo

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O vírus do fanatismo segue contaminando políticos e eleitores.
Ninguém mais defende ideias,
ninguém mais discute propostas, ninguém mais busca soluções.
Todo mundo virou defensor de uma causa, em geral de uma causa partidária, ideológica, hipócrita e cínica.
Milhares passaram a se orgulhar de crenças absolutas, certezas histéricas e convicções totalitárias.
O pior é ter que atravessar as vias expressas da insensatez.
E, antes de atravessar, ter que olhar para os dois lados e ver pessoas insultando, como se não fossem parte do problema.
Uma fração ou facção relevante da humanidade perdeu a humanidade,
e está orgulhosa de ter se tornado imoral ou amoral.
A vulgaridade não se envergonha, a irresponsabilidade é abominável.
Essa gente age como se estivesse hipnotizada.
Essa gente não se importa com histórias contadas por idiotas, com a vida cheia de som e fúria, sem sentido algum.
Essa gente só se importa em seguir em transe aqueles que serão seus malfeitores e seus algozes.
Essa gente só olha para o abismo, sem saber que um dia o abismo olhará para todas elas.

Poema sobre o século dos genocídios

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Se a olharmos de perto, a humanidade, talvez passaremos a pensar nos mortos do Uganda,
de Angola,
da Bósnia,
do Burundi,
do Sudão,
do Brasil, de toda a parte, de todos os lugares,  há montanhas de mortos.
Mortos de fome,
mortos de miséria,
mortos fuzilados,
mortos de vírus,
degolados,
queimados,
massacrados.
Quantos milhões de pessoas terão acabado assim neste maldito século que está prestes a acabar?.
Por favor, alguém que me faça estas contas, dêem-me um número que sirva para medir, só aproximadamente, a estupidez e a maldade humana.
E, já que estão com a mão na calculadora, não se esqueçam de incluir na contagem as crianças assassinadas a tiro e a sangue-frio.
Só não me venham com conclusões!.
A única conclusão é morrer.
Sem dúvida, mas não desta maneira.

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