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O estado assassinou Jesus de Nazaré entre dois "ladrões".
Os "bandidos" eram parte de uma organização que intentava contra a dominação romana.
Quando pensamos nos "ladrões da cruz", termo que ficou adocicado na tradução ao português, imaginamos ladrões de galinha,
gente que desviava uns dízimos.
Os "ladrões" eram rebeldes organizados.
Eles eram assassinos de religiosos do alto clero e de políticos do alto escalão.
Não é exagero compará-los aos terroristas que vemos na TV.
Jesus foi julgado e condenado à pena de morte.
Encaminhado ao estado pelos religiosos, foi julgado como rebelde, alguém que intentava contra Roma.
Ele era um líder que se anunciava como Messias e anunciava um Outro Mundo Possível.
Disse que o Templo dos judeus iria cair.
Diz que tem um Reino.
Os reis desse mundo temem quem diz que tem um outro Reino.
Outro Reino consiste em outro rei, indiretamente é uma declaração de guerra ao poder vigente.
Depois de causar em Jerusalém, satirizando a entrada triunfal dos reis romanos bem nos dias da festa dos judeus em que a cidade estava abarrotada de gente e invadir armado de azorrague o templo para descer o chicote no mercado que dava lucro aos sacerdotes, Jesus se retira sabendo que vai azedar.
Pouco depois, ele é preso no Jardim do Getsêmani, local reservado de oração.
Os soldados chegam.
Seus discípulos entram em confronto armado.
Pedro que não era espadachim,
mas pescador, tenta arrancar a cabeça do soldado.
Ele erra e fere a orelha.
Jesus é espancado pela polícia do estado, julgado pelos religiosos de Israel e condenado pelo Império de Roma como... lestai.
"Bandido bom é bandido morto", sentenciam.
Na Via Crucis, o Caminho da Cruz,
ele é torturado, como era comum aos presos políticos.
Exposto para todo o povo,
um jeito romano de amedrontar novos messias, carrega sua madeira, enquanto apanha.
Ele será posto à cruz.
Se você é defensor da moral e dos bons costumes, deveria ficar chocado com a informação de que Jesus diz ao lestai da cruz ao lado: "hoje mesmo estarás comigo no paraíso".
Para Jesus, bandido bom é bandido salvo.