terça-feira, 19 de outubro de 2021

Poema sobre a miséria do mundo

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Como não se chocar com estas cenas?.
A fome dói na alma e corrói a dignidade humana.
Como pudemos descer tanto?.
Como pode uma parcela significativa de nossa sociedade aprovar e apoiar a degradação de nossa nação?.
Como podem sentir o cheiro de bom perfume em uma fossa do mais apodrecido esgoto?.
Por fim, como nutrir esperanças de dias melhores para o nosso povo?.
O excesso de resiliência pode adoecer a alma.
O que está acontecendo com o nosso País?.
Onde foi que erramos, afinal?.
O que deflagrou a desigualdade social de nossa história?.
Por que ainda está morrendo tanta gente de  fome?.
Políticos só enxergam fome e miséria na Venezuela, mas finge não vê brasileiros pegando resto de comida no caminhão de lixo.
No Brasil o caminhão de lixo virou despensa de alimentos.
Enquanto a comitiva presidencial tiram fotos vestido com roupas de Dubai, pessoas comem ossos, pé e pescoço de galinha e representante do Brasil brincando de ser Sheik com dinheiro público.
É necessário e urgente o entendimento a respeito da complexidade do combate à pobreza.
Podemos falar de segregação cultural,  de insegurança alimentar, enfim, todo e qualquer impedimento financeiro de acesso aos suprimentos básicos das necessidades humanas, que confere dignidade à pessoa, pode ser considerada um tipo de pobreza.
Pensamos ser suficientes, políticas públicas que promovam o desenvolvimento social.
Enfrentar a pobreza é promover meios para que o cidadão tenha suas necessidades básicas supridas.
E necessidades básicas são urgentes, necessidades básicas não esperam que você termine um curso seja encaminhado ao emprego e receba seu primeiro salário.
E como se chega ao curso?.
Como se chega ao emprego?.
Da mesma forma quando falamos que a educação é o caminho para transformar a vida dos jovens.
Entretanto não basta construir escolas, não basta contratar professores se esse jovem não consegue ir.
Se ele não consegue permanecer.
Então, uma grande revolta da senzala, hoje, é o cunho assistencialista da escola.
Mas acontece que se a escola não assiste, o jovem não vai fica porque não quer.
É porque o tênis rasga e ele não pode comprar outro, é porque a menstruação desceu e ela não tem absorvente,
é porque a mãe conseguiu uma faxina e ela precisa olhar os irmãos menores,
é porque não tem nada em casa para comer e ele teve que sair para vender bala.
É porque por falta de perspectiva de que as coisas possam, de fato, mudar, ela foi morar com o namorado e engravidou,
ele se envolveu com o tráfico,
eles se tornaram usuários.
Então, não basta a escola estar lá,
se não promovermos políticas de acesso e permanência.
Ainda sobre a acusação de instituição assistencialista, pense que a escola é a única representante do estado em muitas comunidades.
E a educação, o combate à pobreza,
as políticas de assistência precisam mesmo andar juntas.
São infinitas nuances dessa problemática, mas eu gostaria apenas de te deixar refletindo sobre quão complexo é promover desenvolvimento social e combater a pobreza.
Não é uma linha reta, mas um caminho nós podemos descartar que é o das respostas prontas.
Não é e nunca será tão simples assim.

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