sexta-feira, 22 de maio de 2020

Somos uma casa

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Todos nós somos uma casa de hóspedes.
Pois toda manhã uma nova chegada.
A alegria, a tristeza, a depressão, o tédio, as avarezas, como visitantes inesperados.
Recebe e entretém a todos mesmo que sejam uma multidão de dores que violentamente varrem a nossa casa e tiram os nossos móveis.
Recebe os sentimentos e ressentimentos, mesmo que sirva para distrair, mesmo que sirva como um passatempo, uma diversão ou um entretenimento.
Ainda assim tratamos os nossos hóspedes honradamente eles podem estar a limpar-te para um novo prazer.
O pensamento escuro, a vergonha, a malícia, encontra-os à porta sorrindo.
Agradecemos a quem vem, porque cada um foi enviado como um guardião do que está por vir.
Somos uma casa edificada, reconstruída sobre conceitos sociais, religiosos e políticos.
Porém, a ideia de aceitação não tem nada a ver com o senso comum de passividade, e sim com a possibilidade de nos aproximarmos da realidade das coisas e dos fenômenos como eles realmente são.
Ou seja, sem interferência de juízos prévios de valor ou expectativas, mantendo uma perspectiva mais ampla, menos reativa.
A partir da aceitação da realidade como ela realmente é, temos condições de tomar decisões mais sábias e conscientes, saindo do automatismo.
Somos uma casa enraizada de problemas pessoais, uma casa onde as paredes familiares precisam de reboco urgentemente.
Pois só assim não nos afundaremos nos problemas, quando ficarmos muito tristes ou paralisados, e nem buscaremos soluções irrealistas, que às vezes pioram a situação, como por exemplo, abuso de álcool para esquecer o problema.
Precisamos nos abrir para à realidade como ela é, mesmo que seja uma multidão de dores que violentamente varrem a nossa casa.
Ao entendermos que a realidade pode se apresentar de várias maneiras, e que muitas delas estão fora de nosso controle, como uma pandemia, um terremoto ou um maremoto, precisamos aprender a conviver melhor com tudo o que se apresenta à nossa casa,
e a possibilidade de sermos mais assertivos, preservando nossa saúde mental.
Somos uma casa, um templo, uma igreja física que ainda não aprendeu abrir as portas para novas possibilidades muitas vezes ocultadas pelos automatismos dos padrões antigos de enxergar ou fazer as coisas.
Somos uma casa saqueada pelos enganos, pelas ilusões, pela invasão de pessoas negacionista, pela escolhas de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade desconfortável.
Uma casa apodrecida ou apodrecendo por recusar em aceitar uma realidade empiricamente verificável, sendo essencialmente uma ação que não possui validação de um evento ou experiência histórica.
Somos uma casa aceitando reformas, aceitando sermos vendidas ou alugadas pela manipulação de pessoas que não precisam mais esforçar-se irracionalmente em controlar todas as coisas.
Somos uma casa para ser pintada de projetos, de sonhos, de realizações diárias.
Uma casa para ser ornamentada de paz, alegria, amor, união desde o ventre materno.
Uma casa para tomar mais decisões com base no que vai emergindo na realidade das coisas, e desfrutar de mais momentos de felicidade.
Poderemos claro, fazer planos,
mas não esperaremos que eles se realizem da maneira exata que planejamos, o que é um alívio.


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