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A lógica do fanatismo religioso é a mesma do fanatismo político mas, quando as duas se unem na coletividade da fé,
você tem a tragédia perfeita,
e isso porque a loucura de um indivíduo é tratável, a da massa é irrefreável.
Perceba que é justamente isso o que estamos vendo agora.
No fanatismo religioso, é comum o transe histérico que, dentre outras coisas, visa reunir forças para atacar os demônios, inimigos a serem combatidos.
No fanatismo político-religioso,
a histeria dá lugar ao ódio e a ira,
os inimigos passam a ser todos aqueles que estiverem do lado contrário a ideologia supremacista, daí o sujeito se sentir livre para atirar contra o outro dentro do “templo”.
O diabo, nesta perspectiva, é aquele irmão de fé que, discordando da “elite sacerdotal”, tenciona em votar no candidato que representa o mal personificado, aquele que foi engenhosamente demonizado para que se cumpram interesses perversos.