sexta-feira, 12 de março de 2021

Sobreviver ao vírus

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Tudo o que o Brasil não precisava agora era a antecipação das eleições de 2022.
Mas, no meio de uma pandemia,
onde faltam leitos,
vacinas, respiradores e até oxigênio,
o STF achou uma boa ideia anular as condenações do Lula e passar a julgar o Moro.
Depois de quase cinco anos, descobriram que estava tudo errado na 13ª Vara de Curitiba,
no TRF-4, no STJ e no próprio STF,
onde foram aceitos vários habeas corpus e recursos.
Eu me pergunto a que Tribunal vamos poder recorrer para decidir se todo esse equívoco foi só distração,
só incompetência ou só as duas coisas?
A nova temporada de provas rejeitadas, sentenças anuladas, inquéritos arquivados,
acontece no mesmo país onde a Câmara dos Deputados funcionou numa sexta-feira para tentar aprovar a PEC da Impunidade.
No Rio, vossas excelências estão preocupadas em trocar o nome do Maracanã.
Tudo isso porque há uma certa esquizofrenia na Justiça e na política brasileiras, impregnadas de pessoas que se lixam pra urgências ou prioridades,
só pensam em guerra e não querem paz.
Só pensam no poder, no querer e no seu EU.
Isso é uma verdadeira desumanidade, um verdadeiro horror.
Isso é uma hipocrisia que é uma marca da política, uma covardia comum no exercício do comando.
No entanto para superar os desafios que realmente importam,
o Brasil precisa de um armistício jurídico, de um cessar-fogo político,
a fim de se concentrar no verdadeiro inimigo, que é o coronavírus.
O país inteiro deveria estar mobilizado na batalha contra a Covid, que está levando embora nossos filhos, pais, avós, parentes e amigos.
Essa, sim, é a guerra que precisamos lutar e precisamos vencer.
A revanche, ou o terceiro turno, entre o bolsonarismo e o lulopetismo pode esperar.
Principalmente porque, também nesse caso, a alternativa é a morte.
Então, vamos tratar primeiro de sobreviver ao vírus, para depois sobreviver a um outro vírus chamado políticos.

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