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Se alguém quiser vir atrás de mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Jesus nos interpela com essa convocação logo após anunciar sua disposição de sofrer,
morrer e ressuscitar ao terceiro dia. Fazer caminho com Jesus é ir em direção à vida que vence a morte, vida eterna, vida divinizada.
Assim como a mulher não é uma menina grande, e a lagarta precisa passar por uma transformação radical para realizar sua vocação de borboleta, também a experiência da vida-divina-eterna não é mero prolongamento da existência natural. Jesus disse que “se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só.
Mas se morrer, dará muito fruto”.
A vocação do grão de trigo não é ser grande, é ser muitos.
A vida-divina-eterna fica no lado oposto do egoísmo-egocentrismo.
Deus é amor, doação e autodoação: “o amor não cabe em si”.
Por isso Jesus diz “quem quiser salvar a sua vida, a perderá,
mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará”.
Tomar a cruz é morrer para si mesmo e se entregar para a vida abnegada, solidária e generosa, à exemplo da vida divina, que não é outra senão comunhão, comum-unidade.
Quem quiser viver de verdade,
que faça o caminho de Jesus,
do jeito de Jesus, com Jesus:
que deliberadamente morra para si e receba de Deus a ressurreição.