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Há será uma constante na natureza humana
de que não foi me concedida por parte de meu criador?.
A singularidade de que me rege transcreve o algor de minha alma dissimulada e disparatada.
Perceba vós, caro leigo, precoce e tolo,
de que belas palavras numa poesia
transparecem apenas a estética de um bravo grito mudo e transpõem os ruídos existenciais numa ausência eterna.
Tão fácil falar de amor num breve soneto,
quanto a contrapor a este em vista do diferente.
Desde que o mundo é mundo há os iguais que são mais iguais que os outros.
Ou seja: mais iguais que os desiguais.
Há cérebros que veem mais o que as pessoas possuem em comum do que o que as divide. Outros dão mais importância ao que diferencia um humano do outro.
Essa é uma clássica díade.
Mas o mundo complexo permite identificar outros formatos de cérebros.
Há aqueles que se aproveitam das desigualdades para explorá-las, em seu benefício.
Há ainda os que pensam que o melhor é viver sem os desiguais e sem os diferentes.
Diferente este combatido como epidemias.
Lindas e únicas criaturas pecadoras.
Pecadora é a mulher!.
Criada da costela, nascida para servir.
Ao homem?.
Lindas e únicas criaturas pecadoras.
Pecadora é a mulher!.
Criada da costela, nascida para servir.
Ao homem?.
A Deus?.
Servir a si mesma!.
Como manifesto de seu poder e autonomia.
O que você chama de feminista,
eu chamo de bruxa que não conseguiram queimar.
Pecadora que só se cala com o contentamento
ou com a morte.
Pecador?.
Como manifesto de seu poder e autonomia.
O que você chama de feminista,
eu chamo de bruxa que não conseguiram queimar.
Pecadora que só se cala com o contentamento
ou com a morte.
Pecador?.
Pecador é o preto!.
Moeda de troca, espécie que choca, nascido do gueto.
Se resistência fosse cor, ela seria preta.
Preta como a alma daquele infeliz racista.
Não há corrente dura que segure o espírito do bravo negro,
que luta para não ser chamado de negro,
mas de ser humano.
Pecador?.
Moeda de troca, espécie que choca, nascido do gueto.
Se resistência fosse cor, ela seria preta.
Preta como a alma daquele infeliz racista.
Não há corrente dura que segure o espírito do bravo negro,
que luta para não ser chamado de negro,
mas de ser humano.
Pecador?.
Pecador é o gay?.
É o obeso?.
É o feio? .
Realmente, preciso parar de me vitimizar…
O que pode me curar?.
Uma ida à igreja?.
O que pode me curar?.
Uma ida à igreja?.
Uma garrafa de vinho ?.
Um tiro na boca?.
Um tiro na boca?.
Ou uma guerra?!.
Conservadores e preconceituosos se preparem!.
A pedra que mata a travesti,
a corrente que escraviza o negro
e a mão que oprime a mulher
não são não, senhor,
tão fortes, como o meu amor.
Conservadores e preconceituosos se preparem!.
A pedra que mata a travesti,
a corrente que escraviza o negro
e a mão que oprime a mulher
não são não, senhor,
tão fortes, como o meu amor.