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Que é,
ou quem é, o Brasil?.
Uma Cultura?.
Uma História?.
Um País de todos?.
Por que é que, quando se fala do Brasil, sempre invocamos a sua história e a sua cultura?.
Se estivermos a falar de outro país,
a história e a cultura dele só serão chamadas à conversa se forem esses os temas em debate.
Por que nós brasileiros se orgulha de alguma coisa com exagero.
Por que temos um orgulho exacerbado pelo país em que nascemos; um patriotismo excessivo.
Por que nos vangloriamos com todas as estatísticas desse País?.
Por que achamos que somos melhores em tudo, inclusive naquilo que distinguimos ser pior?.
A nossa jactância é de alguém que se manifesta com arrogância e tem alta opinião de si mesmo.
Da história do Brasil sempre nos dá vontade de perguntar.
Porquê?.
Da cultura brasileira: para quê?.
Do Brasil ele próprio: para quando?.
Ou: até quando?.
Se estas interrogações não são gratuitas, se, pelo contrário, exprimem, como creio, um sentimento de perplexidade nacional, então os nossos problemas são muito sérios.
Por que os brasileiros sabem todos os nomes dos onze jogadores da seleção, e não sabem os nomes dos onze ministros do STF?.
Como explicar esta dormência, que é também inquietude, sem cair em destrutivos negativismos?.
Como evitar que a antiga e gloriosa história continue a servir de derradeira e estéril compensação de todas as nossas frustrações?.
Como resistir à tentação falaz de sobrevalorizar o que há alguns anos se acreditou ser uma certa renovação cultural, fazendo dela um álibi ou uma cortina de fumaça?.
Ou chegámos já tão baixo que, depois de termos desistido de explicar-nos,
nem nos damos ao trabalho de justificar-nos?.
Queríamos ter essas respostas imediatas, mas elas simplesmente tergiversarão.