.
O processo de deportação de migrantes haitianos da fronteira entre Estados Unidos e México, iniciado no último final de semana, está preocupando as Nações, uma vez que dois terços dessas pessoas são mulheres e crianças
O Haiti sofre com uma tripla tragédia envolvendo a pandemia de COVID-19, violência urbana e desastres naturais como o terremoto seguido por uma tempestade que atingiram o país no mês passado, intensificando a mais recente onda de imigração.
Dois terços dos migrantes haitianos expulsos recentemente da fronteira entre Estados Unidos e México são mulheres e crianças incluindo recém-nascidos com necessidades específicas e imediatas.
O Haiti é o país mais pobre do hemisfério ocidental e há muito tempo é atormentado pela pobreza, tensão civil e instabilidade política e econômica.
Crianças e famílias estão sendo mandadas de volta sem a proteção adequada, elas estão se tornando ainda mais vulneráveis à violência, pobreza e deslocamento.
A Migração é um direito humano.
No entanto, as fronteiras são imaginárias, elas são uma demarcação de espaço criada a partir de conceitos humanos.
Por isso, é impossível ver um povo sendo discriminado e expulso de um país, como acontece agora com os haitianos nos Estados Unidos, sem nos indignarmos. Devemos nos lembrar que nós somos descendentes de alguém que um dia também migrou.
Mais ainda, a nós, não há como não nos solidarizarmos com os refugiados e imigrantes porque somos herdeiros de um povo migrante e de um Deus que se fez gente e foi refugiado no Egito.
Por isso é imoral que determinado povo seja excluído e discriminado.
Haitianos vivem entre a pobreza, o terror e as catástrofes.
Agora são vítimas de deportações em massa.
É a trajetória de um povo violentamente castigado, que também tem seus sonhos roubados.
São estrangeiros que ninguém acolhem.