terça-feira, 11 de maio de 2021

Poema sobre o crime organizado

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Uma mãe sempre vai sentir a dor da perda, sempre vai chorar e se a morte vier por conta das escolhas erradas do filho, muitas mães vão se culpar e sofrer por se julgarem responsáveis, por acharem que não deram o seu melhor.
Essa lógica também serve para os pais, para os irmãos, para toda a família.
É bem verdade que existem famílias que apoiam e acobertam as coisas erradas, assim como usufruem dos ganhos ilícitos, mas isso não anula o direito deles chorarem seus mortos.
A morte destroça aqueles e aquelas que queriam bem a quem morreu.
Ninguém em sã consciência vai abrir a boca para dizer que tiros se revidam com flores, ninguém em sã consciência pode negar que é a omissão do estado quem tem provocado cada vez mais essas mortes trágicas no país.
O estado precisa fazer o que tem que ser feito em áreas essenciais, educação é um excelente exemplo.
Não se pode achar que anos e anos de descaso vão ser facilmente superados com rajadas de tiro e montões de corpos.
Os mortos e os tiros se multiplicam,
mas a situação não regride, ela se exponencia.
Vemos uma política de segurança pública que tem na morte a sua principal base de atuação.
Morrem os bons e morrem os maus, choram mães,
choram pais,
choram filhos,
choram irmãos, mas o estado omisso dá gargalhadas, aplaude e dança com a morte.
É lamentavelmente algumas pessoas riem e acharem graça de tudo isso, sentem no fundo da alma a sensação de justiça, mesmo que seja uma justiça nefasta e nefanda.
Não sou contrário a omissão do estado e também a repressão parcial, focada apenas nos becos e vielas, nas periferias, quando todos sabemos que lá, apesar de todo barulho que promovem, não passam de pontas da mega estrutura do crime organizado.

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