sábado, 14 de agosto de 2021

Cidadãos sem traços de cidadania

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Em nenhuma área do comportamento social conseguimos encontrar um denominador comum que nos torne a convivência harmoniosa, amigável e unificada.
Procedemos em todos os planos da vida coletiva como adversários, concorrentes e inimigos.
Nos guerreamo na política, na literatura, no comércio e na indústria.
Onde estão dois brasileiros estão dois concorrentes hostis, malcriado à presidência da república, à chefia do partido, à gerência do banco,
ao comando de uma corporação de bombeiros, ao cargo da presidência do senado e da câmara dos deputados.
Não somos capazes de reconhecer no vizinho o talento que nos falta, as virtudes de que carecemos.
Diante de cada sucesso alheio ficamos transtornados, vingativos na mordacidade, na maledicência.
Nas cidades ou nas aldeias a todos é colado um pano nas costas como gracejo, para torná-lo alvo de zombaria.
Quem quiser conhecer a natureza do nosso relacionamento, leia as polêmicas que travámos ao longo dos tempos.
Elas são reveladoras, elas são exatamente aquilo que somos.
Elas apresentam um somatório de cidadãos sem traços de cidadania.

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