terça-feira, 21 de junho de 2011

O Idioma da Bondade


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Sigo os passos do destino,
com a mochila nas costas,
abrindo caminho,
esquecendo as derrotas,
quebrando os espinhos,
corrigindo a rota,
sem nunca estar sozinho,
Só me resta seguir em frente,
dobrando as esquinas,
conhecendo gente,
me apaixonar por meninas,
que me acham displicente,
por mais que a vida ensine,
que o amor não é coerente,
refletindo nas vitrines,
meu jeito inconseqüente.
Preciso mais do que rimas,
pra descrever minha sede.
Seja de amor,
seja de leite,
seja de todos os sentidos dormentes,
então, me jogo à tempestade,
sem dó nem piedade,
pois carrego comigo a certeza,
desenhada no meu espírito de nobreza,
que qualquer mal passará,
e de lá retiro minha sensatez.
Não importa que não compreenda,
russo, grego ou japonês...
a bondade não tem idioma,
e o que pareceu diminuir, soma,
pra que descubra quem és,
verdadeiramente,
e que todos os dias,
é dia da bondade.

Vinho lúcido


.



Na noite que se afasta,
mergulho no vinho,
e tento encontrar sozinho,
minha antiga lucidez.
Minhas respostas são falhas,
meus atos são tolos,
e meu coração,
no fulgor da emoção,
segue frágil.
Queria ser mais hábil com os sentimentos,
distribuir ao vento,
o amor que é de todos.
Erro meu,
por pensar ter a terra,
se nem encontrei meu porto.
Estou com sono,
refletindo o cansaço,
de não encontrar o ouro,
que os sonhos me lograram.
E se meus olhos não falam,
ficarei em silêncio,
desenhando acordado,
os traços que desconheço,
da minha felicidade.

Chuva de lágrima


.



Queria voltar pra casa,
mas não sei mais,
onde é meu lar.
Agora que estou sozinho,
qualquer estrada,
é caminho,
qualquer esmola,
é fortuna,
qualquer espumante,
é champagne,
e qualquer madrugada,
é solidão.
Queria te encontrar,
mas não sei onde estou,
pra onde vou,
e, nos retalhos do que restou,
faço tempestade de brisa,
faço chuva de lágrima,
e gargalhada de um sorriso tímido.
Queria que ouvisse,
o que eu digo,
mas que não sentisse,
o que sinto.
Pois o hoje,
me tornou um breve passado,
ainda presente,
na teimosia do amor,
na crença ilógica,
e no equívoco dos deuses.
Sou um mero animal,
que de tão arrogante,
sonha em ser imortal,
nas curvas do teu corpo,
no gosto da tua boca,
e nas batidas do teu coração.

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